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Zema enfrenta críticas após anunciar pré-candidatura e distanciar-se de Bolsonaro
As declarações do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), ao tentar se desvincular da imagem do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não foram bem recebidas por deputados estaduais do PL no estado.
Na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), o deputado Bruno Engler (PL) afirmou que os governadores da chamada “direita moderada”, incluindo Zema, evitam defender o ex-presidente por serem “oportunistas” e desejarem ocupar o “lugar de Bolsonaro na direita”.
Zema também foi alvo de críticas do ex-prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (Republicanos), seu antigo rival nas eleições.
— A verdade é que eles querem Bolsonaro fora da disputa e desejam tomar o espaço que é naturalmente de Jair Bolsonaro — destacou Bruno Engler.
As críticas atingiram não só o governador mineiro, mas também o partido Novo, que, segundo o deputado, quer se distanciar de Bolsonaro, mas busca aproveitar a base eleitoral do ex-presidente.
— Essa turma do partido Novo quer se afastar de Bolsonaro, mas deseja os eleitores dele. Assim, fingem apoia-lo publicamente, mas na prática torcem para que ele não participe da disputa — comentou Bruno.
O deputado, que ficou em segundo lugar nas eleições de 2024 para a prefeitura de Belo Horizonte, fez essas declarações em resposta às falas de Romeu Zema no programa Roda Viva, da TV Cultura, na última segunda-feira (25).
No programa, o governador mineiro afirmou que, apesar de compartilhar algumas propostas liberais e valores cristãos com Bolsonaro, nunca esteve no mesmo palanque que ele no primeiro turno das eleições.
— Quem conhece minha trajetória sabe que, em 2018, segui um caminho e Bolsonaro outro. Em 2022, foi o mesmo, exceto no segundo turno, quando eu já estava reeleito e lhe dei apoio. Nunca fiz parte do mesmo partido dele. Em 2022, ele apoiou outro candidato para o governo de Minas. Portanto, minha ligação com ele não é tão forte quanto alguns dizem — explicou Zema.
Em sintonia com Bruno Engler, o deputado estadual Cristiano Caporezzo (PL) também criticou Zema. Segundo ele, os governadores da chamada “direita” agem conforme conveniência, tentando se aproveitar da possível inelegibilidade de Bolsonaro e da boa relação com o Supremo Tribunal Federal (STF).
— Precisamos de pessoas firmes, não de quem muda de posição conforme o momento. Está claro que esses governadores admiram o ministro do STF Alexandre de Moraes, a quem chamam de “careca ditador togado” — afirmou Caporezzo.
A pré-candidatura de Zema à presidência, anunciada há duas semanas, também recebeu críticas de Alexandre Kalil, que o enfrentou na disputa ao governo de Minas Gerais. Em entrevista ao portal Divinews, Kalil comparou Zema ao Padre Kelmon, aliado de Bolsonaro que concorreu à presidência em 2022, e acusou o governador de usar a propaganda do estado para benefício próprio.
— Ter pretensão é um direito de todos. O padre Kelmon tentou, e está tudo bem — afirmou. — O governo de Minas possui uma propaganda forte, que só perde em intensidade para o nazismo.

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