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Zema quer anistia para Bolsonaro e paz no país

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), reafirmou na segunda-feira, 25, durante sua participação no programa Roda Viva, seu apoio à anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em relação à acusação de tentativa de golpe. Zema também afirmou que o Judiciário brasileiro faz perseguição a políticos de direita e acredita que os candidatos desse espectro político estarão unidos no segundo turno das eleições presidenciais de 2026. O governador lançou sua pré-candidatura para o cargo em 16 de agosto.
“Precisamos trazer paz ao Brasil. No passado, já concedemos anistia a assassinos e sequestradores. Por que não dar para este caso?”, afirmou o chefe do Executivo mineiro, acrescentando que atualmente pessoas de direita são claramente alvo de perseguição nos tribunais e que o julgamento contra Bolsonaro carece de imparcialidade. “Onde estão os presos do Petrolão e do Mensalão? Todos já foram liberados por serem da esquerda. São dois pesos e duas medidas”, completou.
Ao responder ao coordenador de Política do Estadão, Ricardo Corrêa, em São Paulo, Zema declarou que, em sua visão, não houve tentativa de golpe de Estado devido à ausência de apoio das Forças Armadas ou milícias. “Para mim, isso foi uma manifestação, confusão e descontentamento”, referindo-se aos eventos de 8 de janeiro.
Em outra declaração, ele reconheceu que talvez tenha existido uma “idealização” do golpe, mas não o início de execução.
Zema também foi questionado sobre suas declarações a respeito de pessoas em situação de rua, que segundo ele, deveriam ser tratadas de forma semelhante a veículos estacionados irregularmente — que são removidos. Ele frisou a necessidade de encontrar uma solução para essa população, já que a maioria não aceita ir voluntariamente para comunidades terapêuticas.
“Digo que carro não pode ficar estacionado em local proibido. Precisamos achar uma solução para as pessoas. Pessoas não devem ser removidas como carros. É necessário um plano central para esse problema, mas o governo federal opta por ignorar a questão. Estamos criando verdadeiros ambientes degradantes nas grandes cidades brasileiras por negligência do setor público, que se limita a disputas políticas”, disse o governador.
Sobre a fragmentação da direita nas eleições de 2026, Zema negou que o campo esteja dividido. Ele relatou ter ouvido de Bolsonaro que a presença de múltiplos candidatos desse espectro no primeiro turno é vantajosa, pois cada um atrai votos em seu Estado natal e, assim, o eleitorado regional se unificaria no segundo turno.
Além de Zema, os governadores Ronaldo Caiado (União-GO), Ratinho Jr. (PSD-PR), Eduardo Leite (PSD-RS) e Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) são mencionados como possíveis candidatos. Acredita-se que um só candidato poderia facilitar ataques do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do PT.
Zema deixou claro que não pretende ser vice e manterá sua candidatura mesmo se Tarcísio optar por disputar o Palácio do Planalto. “Para mim, ele já declarou que disputará a reeleição em São Paulo. A questão é ter alguém capacitado para essa vaga, pois perder o principal Estado do Brasil, possivelmente para a esquerda, é um risco. Mas em política, tudo pode acontecer”, afirmou.
O governador qualificou os ataques da família Bolsonaro como “infelizes” e reconheceu a tensão dos filhos do ex-presidente. Ele comparou o comportamento deles ao de crianças fazendo birra para ilustrar seu ponto. Recentemente, Carlos Bolsonaro chamou os governadores de “ratos”.
“A pressão é grande. O pai está sendo julgado e a família enfrenta um momento difícil politicamente. Isso provoca reações e devemos entender. Se uma criança que perdeu a mãe está em crise, precisamos ser compreensivos, pois ela está sofrendo”, explicou o governador do Novo.
Embora tenha pedido votos para Bolsonaro no debate final do primeiro turno de 2018, Zema afirmou que sua ligação com o ex-presidente nunca foi tão intensa e que o apoiou no segundo turno de 2022, mas não caminhou com ele.
O governador reconhece Bolsonaro como o maior líder da direita no Brasil, mesmo com o julgamento em curso no Supremo Tribunal Federal (STF).
Zema defendeu novamente que o Brasil saia do Brics e atribuiu as tarifas imposta pelos Estados Unidos às exportações brasileiras a posições “antiamericanas” do presidente Lula. “Um erro não justifica outro”, respondeu ao ser questionado sobre a postura de Donald Trump. “Se Lula está insatisfeito com o dólar, deveria tratar diretamente com Trump. Problemas comerciais se resolvem cara a cara, não por recados”, concluiu.

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