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PMDF arrecada 100 toneladas de doações para as vítimas do Rio Grande do Sul

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Diante da calamidade causada pelas fortes chuvas no Rio Grande do Sul, diversas organizações estão mobilizadas para receber donativos e entregar itens à Base Aérea de Brasília. A Polícia Militar do DF reuniu a arrecadação feita em 36 batalhões, ontem

Os brasilienses seguem sensibilizados pela tragédia que atingiu o Rio Grande do Sul. Na Base Aérea de Brasília (BABR), não param de chegar carros entregando doações. Nessa sexta-feira (10/5), a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) descarregou 100 toneladas de materiais arrecadados nas diferentes unidades.

“Este é um momento de muita consternação e tristeza pelo que a população do Rio Grande do Sul está passando. Neste ato, agradeço à toda comunidade do DF, e a todos os policiais que contribuíram para que chegássemos a 100 toneladas de doações recolhidas. Confesso que não imaginei que chegaríamos a tanto em somente quatro dias de campanha. Com essa demonstração, o DF vai ajudar a acalentar uma parte dessas pessoas que estão em tanto sofrimento”, declarou a coronel.

Ao todo, 90 veículos se deslocaram para entregar as doações na FAB, sendo 21 vans, sete camburões, 27 ônibus e 35 viaturas. O descarregamento foi realizado em espaço reservado da base aérea, com a ajuda de todos os agentes. As unidades da PMDF continuarão recolhendo doações, mas as próximas entregas ficarão a cargo de cada unidade.

Palavras de carinho

Chama atenção, neste movimento, os exemplos de carinho. Caixas entregues ao Sesc Mesa Brasil, desenhadas por crianças, arrancaram lágrimas dos colaboradores, que ficaram tocados com as mensagens escritas em canetinha: “Estamos com vocês”.

Cláudia Vilhena é gerente da rede privada de bancos de alimentos Sesc Mesa Brasil no DF e relata a comoção gerada pelas mensagens escritas pelos doadores. “Hoje (ontem), recebemos uma caixa com um coração escrito ‘RS’. Era nítido que se tratava da letra de uma criança. Ela escreveu, em vermelho: ‘I love you’, ‘coragem’, ‘força’, várias palavras de incentivo. Com o cuidado que foi preparada, eu nem abri a caixa, para que quem receba pegue assim, com todas essas mensagens”, ressaltou. “Quando pegamos esse recados, com esse carinho, é muito bacana. Sabemos que tem todo um amor envolvido para entregar a doação a quem vai receber. Principalmente porque essas pessoas estão recebendo isso no momento mais difícil da vida delas”, completou Cláudia.

A gerente do Sesc Mesa Brasil explica que a rede se trata de um banco de alimentos privado com foco no combate à vulnerabilidade alimentar no país. São 95 pontos de distribuição no Brasil. Só no DF, 356 instituições são atendidas, o que representa 123 mil pessoas contempladas mensalmente. “Toda vez que há uma necessidade, uma situação de catástrofe, o Sesc Mesa Brasil entra na corrente de ajuda nacionalmente”, destacou. Nesses casos excepcionais, a rede coleta todo tipo de doações, fazendo o trabalho de triagem antes das cargas serem entregues na base aérea.

A campanha de arrecadação começou na última segunda-feira. A partir do dia seguinte, os colaboradores da rede começaram a trazer os donativos para a central, no SIA Trecho 4. De acordo com Cláudia, desde o início da campanha, o Sesc Mesa Brasil entregou cerca de 40 toneladas de doações. “Buscamos os materiais em todas as unidades do Sesc-DF, duas vezes ao dia. É impressionante a adesão da população do DF”, assinalou. Ela ressaltou, ainda, que, enquanto houver necessidade, a arrecadação continuará.

Colaborador do Sesc 504 Sul, Gilson Bispo de Araújo, 42, decidiu ajudar os animais resgatados das enchentes no sul. Ele doou 10kg de ração para gatos em uma ONG animal do Gama que fez o trâmite para o estado. “Muitas vezes, os animais resgatados acabam passando despercebidos. Vi a dificuldade das pessoas que fazem trabalho social em prol dos animais, então me solidarizei”, afirmou o educador físico.

3 perguntas para…

O que pode ser doado? 

Os itens de maior urgência são água, produtos de higiene pessoal, sobretudo, fralda e absorvente, além de cobertores e agasalhos. Essas são as informações que temos de acordo com a Defesa Civil do RS.

Como separar os donativos?

É importante facilitar o trabalho da triagem nos pontos de arrecadação. Por isso, é preciso separar as roupas por gênero e tamanho (infantil e adulto). Itens de vestuário devem estar limpos e em perfeita condição. Os pares de sapato devem estar presos. No caso dos tênis é fácil, só amarrar um cadarço no outro, para o restante, pode-se passar fita, ou amarrar com elástico. Só doar roupa íntima se for nova. E, claro, precisa identificar o que tem dentro da embalagem, sempre separando os tipos de peça, para facilitar a distribuição.

O que mais te chamou atenção na campanha de arrecadação, até agora? 

Hoje (ontem) tivemos um momento de muitas gargantas com nó e lágrimas no galpão onde centralizamos as doações. Uma senhora escreveu e assinou uma mensagem em um pacote de balas: “Um doce para alegrar as crianças. Sorrir vai lhe fazer melhor”. Ela até se chamou de ‘tia’ para a criança que receber o pacote de doces. Recebemos outra embalagem, cheia de coraçõezinhos, que deve ter sido desenhada por uma menina, onde estava escrito: “Este casaco foi lavado com muito carinho para você usar”. Mensagens como estas nos dão ainda mais força para continuar a trabalhar.

Correio Braziliense

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