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Chefe do clima da ONU cobra G20 por mais ajuda contra mudanças climáticas
Simon Stiell disse que os líderes das maiores economias do mundo precisam dar “sinais claros” de compromisso com o tema durante a cúpula do Rio de Janeiro e aumentar o financiamento para países em desenvolvimento
O chefe do clima da ONU, Simon Stiell, disse que o G20 precisa dar “sinais claros” de comprometimento com o combate às mudanças climáticas e também com a cooperação internacional.
Stiell cobrou especificamente que os líderes do G20 se comprometam, durante a reunião de cúpula do Rio de Janeiro, a oferecer mais financiamento e subsídios aos países mais pobres para o combate às mudanças climáticas.
“A cúpula do G20 na próxima semana deve enviar sinais globais cristalinos. Que mais subsídios e financiamento estarão disponíveis”, afirmou o secretário-executivo da Convenção das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC, na sigla em inglês).
A questão do financiamento é o tema principal da COP29, que acontece em Baku, a capital do Azerbaijão.
Os países em desenvolvimento pedem pelo menos US$1 trilhão em financiamento para suas ações climáticas, mas as nações ricas ocidentais não concordam com essa quantia e exigem ainda que China e estados produtores de petróleo também ajudem com contribuições.
Para piorar, o governo da Argentina (que faz parte do G20) decidiu abandonar a cúpula do clima por ordem do presidente Javier Milei e agora ameaça bloquear qualquer avanço sobre o tema na cúpula do Rio.
Em nota divulgada em Baku, Stiell não fez nenhuma referência à Argentina ou à recente eleição de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos.
Trump e Milei são chamados por muitos analistas e líderes que estão em Baku como “negacionistas do clima”.
Os dois dizem não acreditar que as mudanças climáticas sejam provocadas pela ação humana – apesar de todas as evidências científicas que comprovam que o aquecimento global acontece pela emissão de gases de efeito estufa na atmosfera.
“O mundo observa e aguarda sinais claros de que a ação climática é uma questão central para as maiores economias do mundo. O G20 foi criado para resolver problemas que nenhum país, ou grupo de países, consegue resolver sozinho. Assim, a crise climática global deveria ser a principal questão a ser discutida no Rio na próxima semana”, afirmou o chefe do clima da ONU.
Ele lembrou ainda que as mudanças climáticas também têm um efeito devastador sobre as economias, inclusive a dos países mais ricos.
“Os efeitos das alterações climáticas já estão destruindo as economias do G20, destruindo vidas, perturbando as cadeias de abastecimento e os preços dos alimentos, e alimentando a inflação. Uma ação climática mais ousada é uma medida básica de autopreservação para todas as economias do G20. Sem rápidas reduções nas emissões, nenhuma economia do G20 será poupada à carnificina econômica causada pelas alterações climáticas”, disse ele.
Stiell pediu ainda uma reforma dos bancos multilaterais para que eles se comprometam a ajudar no tema. E terminou pedindo mais cooperação internacional.
“Em tempos turbulentos e num mundo fraturado, os líderes do G20 devem enviar uma mensagem em alto e bom som de que a cooperação internacional continua sendo melhor e única oportunidade da humanidade para sobreviver ao aquecimento global. Não há outra maneira”, afirmou.
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