Centro-Oeste
TCDF investiga merenda escolar após descoberta de plástico em carne

Após estudantes encontrarem plástico em pedaços de carne e excesso de gordura na merenda, o Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) iniciou uma investigação sobre a alimentação oferecida nas escolas públicas da capital federal.
Segundo o Conselho de Alimentação Escolar, em 2024, várias escolas relataram problemas na qualidade da carne moída servida aos estudantes, incluindo a presença de plástico, rótulos, couro e gordura em quantidade elevada. Tal situação é considerada grave pelo conselho.
Em resposta às denúncias, as escolas solicitaram a retirada e substituição dos lotes de carne com problemas. Houve casos em que a quantidade de gordura na carne foi tão alta que o alimento tornou-se inadequado para o consumo.
Entre as escolas que registraram problemas estão:
- Escola Classe 108 de Samambaia – excesso de gordura na carne moída;
- Centro de Ensino Especial 01 de Brasília – excesso de gordura, com uma proporção de 1 kg de gordura para cada 6 kg de carne;
- Escola Classe 41 de Taguatinga – excesso de gordura na carne moída e no lombo suíno;
- Centro de Ensino Fundamental Santos Dumont – CRE Santa Maria – presença de plástico, pedaços de couro e excesso de gordura;
- Escola Classe 318 de Samambaia – presença de plástico e pedaços de rótulos além do excesso de gordura;
- Centro de Ensino Médio 417 de Santa Maria – excesso de gordura.
Afonso Galvão, especialista em educação, ressaltou que a alimentação de qualidade é essencial para o aprendizado, especialmente no contexto da ampliação do ensino integral. Ele classificou a presença de plástico nos alimentos como uma total insensatez e ressaltou a importância de identificar e punir os responsáveis por esses problemas.
O TCDF também realizou uma fiscalização em 17 escolas públicas e constatou diversas irregularidades relacionadas ao abastecimento de água, saneamento básico e segurança. Muitas unidades não dispunham de água potável ou apresentavam condições inadequadas de limpeza das caixas d’água.
A decisão de abrir uma investigação sobre as denúncias foi unânime entre os conselheiros, e a Secretaria de Educação do Distrito Federal recebeu um prazo de 30 dias para apresentar esclarecimentos.
Em nota, a Secretaria de Educação informou que, após denúncias, solicitou a coleta de amostras para análise ao Laboratório Central de Saúde Pública (LACEN), que identificou apenas um percentual de gordura 1,7% acima do previsto no edital, sem apontar problemas sanitários ou nutricionais. Mesmo assim, o lote foi recolhido e substituído apenas após aprovação em nova análise.
A secretaria destacou que foram feitas visitas técnicas para verificar as condições da empresa fornecedora e testes sensoriais para garantir a qualidade do alimento antes da distribuição do novo lote. Também foi instaurado processo para apurar responsabilidades e aplicar eventuais penalidades por descumprimento do edital.
A Secretaria reiterou seu compromisso com a oferta de refeições seguras, saudáveis e adequadas aos estudantes da rede pública, reforçando a execução ética e responsável do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).

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