Lula não vai assistir julgamento de Bolsonaro

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou nesta sexta-feira (29) que não tem a intenção de acompanhar o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e dos demais acusados no chamado “núcleo crucial” da ação sobre a tentativa de golpe de Estado.

“Tenho coisas mais importantes para fazer”, afirmou em entrevista à Rádio Itatiaia, em Belo Horizonte (MG).

O julgamento dessa ação penal será conduzido pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), começando na próxima terça-feira (2), com sessões que se estenderão por duas semanas.

Lula enfatizou que não está em julgamento a pessoa de Bolsonaro, mas sim seu comportamento enquanto presidente, baseado nas denúncias, delações e nas provas coletadas pela Polícia Federal. O processo será analisado para determinar se ele cometeu algum crime; caso afirmativo, ele será punido; caso contrário, será absolvido e a vida seguirá normalmente.

O presidente também criticou a movimentação de parlamentares para aprovar um projeto de anistia que beneficiaria Bolsonaro. “Isso é inapropriado. Ninguém foi condenado ainda. Ele ainda nem foi julgado”, comentou.

Segundo Lula, cabe ao ex-presidente apresentar sua defesa e evidências para provar sua inocência. “Que ele se defenda e comprove que as acusações são falsas”, destacou. A proposta de anistia, que é prioridade da oposição, permanece parada na Câmara dos Deputados.

Cassação de Eduardo Bolsonaro

O presidente também falou sobre o pedido do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, para continuar exercendo seu mandato mesmo residindo nos Estados Unidos, e voltou a defender a cassação do parlamentar.

“Conversei com o presidente da Câmara, Hugo Motta, e com diversos deputados, e acredito ser fundamental cassar o mandato de Eduardo Bolsonaro, pois ele será lembrado como um dos maiores traidores do país”, afirmou.

Lula criticou ainda a postura do deputado, que deixou o Brasil para viver nos Estados Unidos e difundir informações falsas sobre o país. Ele mencionou que as acusações feitas pelo ex-presidente americano Donald Trump para justificar tarifas contra o Brasil são falsas.