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Pacientes sofrem para conseguir remédio de alto custo em Itu

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Moradores têm que viajar para ter medicamento do tratamento de colesterol.  Secretaria de Saúde reconhece falta de remédios; veja a lista completa.

Pacientes que precisam de remédios de alto custo sofrem para conseguir o medicamento em Itu (SP). As filas começam a se formar logo cedo, horas antes da abertura do setor de farmácia. A prefeitura reconhece o problema e afirma estar tentando resolver a situação.

Clemente Francisco as Chagas, de 61 anos, é um dos moradores que enfrentam uma verdadeira peregrinação em busca do remédio. Ele viaja por horas, desde a Vila Martins, na periferia da cidade, até a prefeitura, a mais de 20 quilômetros de distância. O problema é que remédio para o tratamento de colesterol está em falta há dois meses.

A jornada dele começa às 5h. Só o trecho dentro da cidade dura mais de uma hora para ser percorrido, em pé, até chegar ao terminal. De lá, ele embarca em outro coletivo até a prefeitura, onde funciona o setor de farmácia. Uma hora e vinte minutos depois, Clemente chega à prefeitura e já encontra uma fila de pessoas esperando a farmácia abrir.

A primeira da fila até já sabe que os pacientes nem sempre voltam para casa com os remédios. “Eu faço tratamento para osteoporose, mas está em falta. Faltou [outro remédio, o] Riquinol também”, conta. Para não suspender o tratamento, é preciso pagar do próprio bolso, uma despesa pesada para a aposentada que vive com um salário mínimo por mês. “É mais R$ 200 numa caixa de comprimidos, com mais R$ 72 do Riquinol, pesa muito”, diz.

Sem remédios
A fármacia abre às 8h e Clemente recebe a resposta de que não possui o medicamento que foi buscar. “Mês passado também faltou. Agora eles falaram que está em falta e pediram para ligar dia 29 de setembro”, diz ao mostrar uma lista  com mais de 20 remédios não estão disponíveis no local.

Os medicamentos são usados no tratamento de coração, pressão alta, osteoporose e outras doenças.  “Falta informação, falta humanidade. Eu acho que precisa um pouco de humanidade porque eu me sinto um lixo quando sou tratado dessa maneira.”

Depois de dois meses de espera e sete horas de peregrinação, Clemente só conseguiu o remédio após decidir pegar estrada e ir até o Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS).  Lá ele também enfretou fila, longa espera e mais desculpas. Por sorte, o medicamento estava disponível. “Estou um pouco mais aliviado, se eu não fosse atrás, jamais iria conseguir”, diz.

Prefeitura
O Núcleo de Assistência Farmacêutica da prefeitura enviou nota à redação do TEM Notícias para falar sobre a falta de medicamentos. Confira a nota abaixo na íntegra:

“Os medicamentos Aptamil, Atorvastatina 40mg, Bezafibrato 400 mg, Gabapentina 400 mg, Hidroxicloroquina 400 mg, Metotrexato 2,5 mg comp., Pregomin Pepti, Riluzol 50 mg, Sildenafila 20 mg e Sulfato de morfina 30 mg estão disponíveis para retirada.

Outros oito medicamentos (Aripiprazol 20 mg, Calcipotriol 50mcg, Formoterol 12 mg, Hidrox. de Ferro 100 mg, Isotretinoína 20 mg, Lamotrigina 25 mg, Mesalazina 400 mg, Selegilina 5 mg) já foram comprados porém houve atraso na entrega por parte dos fornecedores, que estão sujeitos a multa pelo descumprimento dos prazos.

Sobre a Atorvastatina 80mg, informamos que o item está em processo final de aquisição e a situação será regularizada em breve. Vale ressaltar que as apresentações de 40, 20 e 10 mg estão disponíveis e a substituição pode ser realizada mediante troca da receita médica.  Sobre os medicamentos Pravastatina 10 mg e  40 mg informamos que três pregões realizados pela pasta efetuar a compra foram desertos, ou seja, não houve interessados em vender o item ao Estado. A pasta já está providenciando uma nova tentativa de compra. Vale ressaltar que a Pasta está emcontato com os fabricantes para tentar resolver o problema.”

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