O último dos inquéritos abertos contra o presidente Michel Temer será encaminha esta semana. Entre esta terça e quarta-feira, o peemedebista deve enviar à Polícia Federal as respostas por escrito de 50 perguntas feitas pelos investigadores sobre o decreto dos Portos.
A suspeita é que Temer tenha editado o texto para atender a interesses privados do setor, em especial da empresa Rodrimar, ao lado de seu ex-assessor especial Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), além de Antônio Celso Grecco e Rodrimar Ricardo Conrado Mesquita, dono e diretor da empresa.
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O grupo é investigado por crimes de lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva. No decreto assinado pelo presidente Temer, a concessão para empresas de portos foi ampliada de 25 para 35 anos, com possibilidade de prorrogação até 70 anos.
A Rodrimar é uma das empresas largamente beneficiadas pela nova legislação na região do Porto de Santos, área de influência de Michel Temer há anos.
Rocha Loures seria o intermediário entre o presidente e a empresa, que teria distribuído propina em troca do texto benéfico.
Loures depôs no dia 8 de janeiro e procurou minimizar sua participação em absolutamente tudo. Disse não ser amigo pessoal do presidente e que as empresas do setor de portos “imaginavam” nele um interlocutor para o lobby com o Planalto.
A Rodrimar, no passado, afirmou que Loures participou do grupo criado pelo governo para discutir o decreto dos portos desde quando era assessor da Presidência. Agora, falta a versão de Temer.
O presidente planeja informalmente a sua defesa com seu amigo Antônio Cláudio Mariz de Oliveira. “Nossa esperança é que, com as respostas, a denúncia contra o presidente não venha”, disse o criminalista.
Se vier, haverá uma “reprise de 2017”: para se defender, o governo precisará pausar sua agenda de governo para trabalhar na sobrevivência no cargo.
Ontem, Temer teve um encontro fora da agenda com o diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia, em mais uma atitude que alimenta suspeitas de todo tipo.
Temer deve sobreviver, mas o modus operandi do governo e de seus aliados tem desgastado a imagem de recuperação e de otimismo que o Planalto tenta impor – e que o Brasil tanto precisa.
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