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Operação Caifás: Justiça nega habeas corpus a dom Ronaldo Ribeiro

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Ele está detido desde 19 de março, dia em que a Polícia Civil deflagrou a operação

O bispo de Formosa, dom José Ronaldo Ribeiro, é responsável por 33 paróquias. (foto: Minervino Junior/CB/D.A Press)

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou o pedido de habeas corpus do bispo dom José Ronaldo Ribeiro na tarde desta quinta-feira (12/4). Ele e mais sete pessoas estão presas desde 19 de março, após deflagração da Operação Caifás do Ministério Público de Goiás (MPGO). Eles são acusados de desviar mais de R$ 2 milhões da Diocese de Formosa. Essa é a terceira tentativa do bispo da defesa do bispo de tirá-lo do presídio. Anteriormente, ele teve o pedido de liberdade negado pelo Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) e pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Em 28 de março, o bispo e o juiz eclesiástico Tiago Wenlescau realizaram um pedido de habeas corpus junto ao STF. No entanto, antes mesmo do parecer, os advogados do réu impetraram nova solicitação na quarta-feira (4/4). Com o objetivo de agilizar o processo, eles pediram a exclusão do ministro Edson Fachin e a análise do novo requerimento passou a ser responsabilidade do ministro Ricardo Lewandowski, que também decidiu por não conceder o benefício. Dessa vez, a decisão ficou a cargo do ministro Félix Fischer.

Inicialmente, a defesa tentou o habeas corpus no Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO), que foi negado, porque o desembargador responsável pelo processo considerou que os réus poderiam prejudicar as investigações. Em seguida, os advogados tentaram um novo pedido no Superior Tribunal de Justiça (STG), onde o ministro relator também negou o seguimento do pedido, mas concedeu ordem de ofício, determinando o TJGO apreciar novamente a solicitação.

Na última quinta-feira (5/4), os outros réus também tiveram o pedido de habeas corpus negado pelo STJ. Orequerimento de soltura foi feito em benefício do vigário-geral de Formosa, monsenhor Epitácio Cardozo Pereira, segundo na hierarquia da diocese de Formosa, do pároco da Catedral Nossa Senhora da Imaculada Conceição, em Formosa, Moacyr Santana, do padre responsável pela Paróquia São José Operário, também no município, Mário Vieira de Brito, e de Waldson José de Melo, pároco da Paróquia Sagrada Família, em Posse (GO).

Os empresários Antônio Rubens Ferreira e Pedro Henrique Costa Augusto, apontados como laranjas do padre Moacyr e acusados de lavagem de dinheiro também se beneficiariam do habeas corpus. No fim da quinta-feira, o Supremo Tribunal Federal (STF) também negou pedido de habeas corpus da defesa.

Saiba quem é quem entre os indiciados na Operação Caifás:

Dom José Ronaldo Ribeiro, bispo de Formosa  

Apontado como líder da quadrilha e preso desde 19 de março, responderá por 10 acusações de apropriação indébita qualificada (por estar no exercício do ofício enquanto cometia os crimes); por falsidade ideológica; e por associação criminosa (antiga formação de quadrilha).

Epitácio Cardozo Pereira, vigário-geral 

Segundo na hierarquia da diocese de Formosa, também preso na Operação Caifás, responderá por apropriação indébita qualificada (falta tipificar o número de vezes que teria cometido o crime) e associação criminosa. Na casa dele, a Polícia Civil de Goiás apreendeu mais de R$ 70 mil em dinheiro, relógios de luxo e equipamentos eletrônicos em um fundo falso no guarda roupas.

Moacyr Santana, padre  

Pároco da Catedral Nossa Senhora da Imaculada Conceição, em Formosa, também preso, responderá por apropriação indébita qualificada pelo fato de cometer crime no exercício do ofício, por lavagem de dinheiro e por associação criminosa. O MPGO encontrou o nome do sacerdote em notas promissórias que o ligariam a uma casa lotérica  em Posse (GO).

Mário Vieira de Brito, padre  

O pároco da Paróquia São José Operário, em Formosa, que também continua preso, responderá por apropriação indébita com a mesma qualificadora dos anteriores, além de ser acusado de falsidade ideológica e associação para o crime. Ele foi flagrado em escutas telefônicas comemorando, com Moacyr, a chegada de um juiz eclesiástico, para intimidar sacerdotes contrários ao esquema, segundo o MPGO.

 

Waldson José de Melo, padre 

Pároco da Paróquia Sagrada Família, em Posse, responderá duas vezes por apropriação indébita qualificada, além de associação criminosa. Continua preso.

 

Thiago Wenceslau de Barros Barbosa Júnior, padre  

Juiz eclesiástico, responderá por falsidade ideológica e associação para o crime. Ainda é suspeito de receber dinheiro para intimidar padres que denunciaram o golpe  e de participar da falsificação de um documento que apresentava auditoria nas contas da diocese. Está preso de segunda-feira.

 

Antônio Rubens Ferreira, empresário  

Preso com os religiosos, responde por lavagem de dinheiro. Emprestaria o nome e documentos para a compra de bens móveis e imóveis. É apontado como laranja de Moacyr.

 

Pedro Henrique Costa Augusto, empresário  

Preso com os religiosos, responde por lavagem de dinheiro. Emprestaria o nome e documentos para a compra de bens móveis e imóveis. Também  apontado como laranja de Moacyr.

 

Guilherme Frederico Magalhães, secretário da Cúria de Formosa  

Preso segunda-feira, ganhou a liberdade ontem, mas responderá por apropriação indébita qualificada e associação criminosa.

 

Darcivan da Conceição Sarracena, funcionário da diocese de Formosa  

Responderá, também em liberdade, por falsidade ideológica e associação criminosa.

 

Edimundo da Silva Borges Júnior, advogado da diocese  

É outro que responderá em liberdade. Pesam contra ele as acusações de falsidade ideológica e associação criminosa.

 

 

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