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Saúde

Bactéria oral pode influenciar câncer colorretal, aponta estudo do Centro de Câncer Fred Hutchinson

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Cientistas acreditam que a descoberta pode ajudar a melhorar o tratamento e os métodos de detecção precoce do tumor, o terceiro mais frequente no Brasil

Uma bactéria comumente encontrada na boca pode viajar até o intestino e desenvolver nos tecidos afetados pelo câncer colorretal, segundo um estudo do Centro de Câncer Fred Hutchinson, nos Estados Unidos. Um subtipo desse micróbio é responsável por impulsionar a progressão da doença, influenciando negativamente no tratamento, diz a pesquisa, publicada na revista Nature. Segundo os autores, a descoberta pode ajudar a melhorar o tratamento e os métodos de detecção precoce do tumor, o terceiro mais frequente no Brasil.

Os pesquisadores encontraram um número maior desse microrganismo nas amostras de fezes de pacientes de câncer colorretal, em comparação às de pessoas saudáveis. “Temos observado consistentemente que pacientes com tumores colorretais contendo Fusobacterium nucleatum têm baixa sobrevida e pior prognóstico em comparação com pacientes sem o micróbio”, explicou, em nota, Susan Bullman, coautora do estudo.

Os pesquisadores queriam descobrir como o microrganismo se move do ambiente típico da boca para um local distante na parte inferior do intestino e como isso contribui para o crescimento do tumor. Primeiro, descobriram que o tipo predominante de Fusobacterium nucleatum em tumores de câncer colorretal, considerado uma única subespécie, é, na verdade, composto por duas linhagens distintas.

Análises moleculares de mais de 200 tumores colorretais, revelaram a presença de uma das linhagens, a Fna C2, em aproximadamente 50% dos casos. Ela também era mais abundante nas amostras de fezes de pessoas com a doença. Exames mostraram que o subtipo adquiriu características genéticas distintas, o que explica como viaja da boca até o estômago, resistindo ao ácido estomacal para, depois, crescer no trato gastrointestinal inferior.

“Considerando o resultado do estudo, se conseguirmos identificar pacientes com essa linhagem predominante de F. nucleatum, poderemos implementar medidas preventivas mais direcionadas, como vigilância mais frequente ou até mesmo intervenções farmacológicas específicas para reduzir o risco de desenvolver câncer colorretal”, acredita o oncologista Cícero Gonzaga, oncologista clínico do Câncer Center Oncoclínicas. O médico considera as descobertas promissoras.

“No entanto, é importante ressaltar que essas propostas estão em estágios iniciais e requerem mais investigação e validação antes de serem implementadas na prática clínica”, ressalta o oncologista.

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