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Bolsonaro completa um mês em prisão domiciliar e articula estratégias para 2026

A residência de Jair Bolsonaro no Jardim Botânico, Brasília, que antes era palco de lives, reuniões com líderes religiosos e movimentações políticas, hoje funciona como sua casa sob prisão domiciliar, uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que já dura um mês.
Essa nova realidade alterou não só sua liberdade de movimento, mas também a dinâmica do condomínio, tornando a casa em um ponto frequente de visitação de seus aliados políticos.
Desde o início da prisão domiciliar, vários deputados e senadores do PL passaram pela residência, demonstrando apoio público ao ex-presidente. Nas últimas semanas, pelo menos 14 parlamentares estiveram lá, incluindo três figuras-chave: Arthur Lira (PP-AL), ex-presidente da Câmara, Valdemar da Costa Neto, presidente do PL, e Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo pelo Republicanos.
Bolsonaro solicitou a Lira que se empenhasse pessoalmente na articulação da anistia, que poderia beneficiá-lo, ressaltando a importância de manter a pauta relevante no Congresso. O ex-presidente da Câmara recebeu o pedido com cautela, ciente das forças do STF.
Com Valdemar, o foco foi a estratégia do PL para 2026. O ex-presidente pediu que o partido estruturasse chapas fortes regionalmente, principalmente no Sudeste, para manter sua influência como núcleo do espectro de direita.
Tarcísio de Freitas recebeu carta branca para assumir papéis nacionais dentro da direita, ocupando espaços antes reservados ao ex-presidente, além de liderar a articulação da anistia.
No âmbito pessoal, Bolsonaro enfrenta uma luta interna, equilibrando sua fragilidade física e sua determinação política. Ele expressou a Valdemar o desejo que seu filho, Carlos Bolsonaro, concorra ao Senado por Santa Catarina em 2026. Quanto à anistia, pediu coragem política, embora líderes como Lira tenham alertado sobre resistências no Congresso e no STF.
A residência se tornou efetivamente um quartel-general político. Flávio Bolsonaro atua como mediador institucional entre o pai e líderes do Congresso, passando recados importantes. Carlos Bolsonaro e Jair Renan têm participação mais discreta, mas acompanharam o julgamento da trama golpista recentemente em Brasília. A rotina doméstica é coordenada por Michelle, que gerencia desde refeições até a logística das visitas autorizadas pelo STF.
A rotina diária do ex-presidente alterna momentos de descanso, convivência familiar e discussões sobre estratégias políticas e eleitorais. A mesa na sala frequentemente está cheia de documentos e medicamentos.
Além das questões políticas, Bolsonaro sofre com problemas de saúde, enfrentando crises de soluço, refluxo e dores estomacais causadas por irritação no esôfago, condição diagnosticada após exames recentes e relacionada à facada que sofreu em 2018.
Esses episódios o impossibilitaram de participar da primeira fase do julgamento no STF, mas apesar disso, mantém uma intensa atividade política dentro da residência. A mistura de intimidade e política é constante, com a esposa Michelle preparando refeições caseiras enquanto o ex-presidente discute alianças e decisões importantes.
Durante as reuniões com aliados, ele equilibra momentos de queixa sobre seus sintomas com a definição de candidaturas, organização de palanques regionais e movimentos estratégicos para o partido. Um deputado próximo comentou: “Ele não está fora do jogo, apenas está jogando de dentro de casa.”
Completando um mês em prisão domiciliar, Bolsonaro tenta conciliar seu papel de chefe da família com a liderança política sob questionamento. O desfecho do julgamento, que segue na próxima semana, poderá determinar se sua residência continuará sendo o centro das suas articulações políticas.

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