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Cortejado pelos três candidatos, Lula quer na Presidência da Câmara “aliado de primeira hora”

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O presidente da República deve manter neutralidade publicamente, mas atuará nos bastidores para sair vitorioso no pleito

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem sido cortejado pelos três candidatos à Presidência da Câmara dos Deputados: Hugo Motta (Republicanos-PB), Elmar Nascimento (União Brasil-BA) e Antonio Brito (PSD-BA). Entretanto, não pretende – por enquanto – declarar apoio formal a nenhum deles, afirmaram à EXAME técnicos do governo que acompanham o assunto.

Lula não quer criar atritos neste momento ao optar por um dos postulantes, mas a ele interessa atuar nos bastidores para ver na cadeira, a partir de fevereiro de 2025, um “aliado de primeira hora”, disseram auxiliares do presidente.

Publicamente, o chefe do Executivo tem dito que não se envolverá no processo eleitoral, mas nos corredores do Palácio Planalto já está claro que Lula trabalhará para ser vitorioso nesse processo.

A avaliação entre os auxiliares do petista é de que o governo não conseguiu construir uma base sólida na Câmara dos Deputados e depende do Centrão para aprovar os projetos governistas.

Com isso, será necessário atuar para ter no comando da Câmara uma pessoa com perfil mais conciliador e que esteja disposto a ajudar o governo nas pautas prioritárias.

Na equipe econômica, o diagnóstico é de que será necessária bastante disposição política na Câmara para aprovar mudanças nos benefícios trabalhistas e assistências. Um aliado na cadeira tende a ajudar nessas negociações.

Cortejo ao Planalto e ao PT

Motta, Brito e Nascimento sabem que o apoio de Lula é fundamental para direcionar os votos da base governista para um dos candidatos. Motta ofereceu ao PT a primeira-secretaria, que hoje ocupa da segunda-secretaria.

A vaga na mesa diretora da Câmara oferecida ao PT é uma espécie de “prefeitura”, que lida dos assuntos administrativos.

Já Brito e Nascimento têm oferecido a primeira vice-presidência da Câmara ao PT. O posto é o primeiro na linha sucessória da casa.

Reforma ministerial e emendas parlamentares

Entre os aliados do presidente já é esperada para fevereiro uma reforma ministerial para equilibrar as forças que resultarão das eleições municipais e do novo comando da Câmara. Não está descartada, por exemplo, a oferta de Ministérios da Esplanada para acomodar partidos em troca de votos na sucessão da Câmara.

É esperado, por exemplo, que o PSD possa receber mais espaço para abrir mão da disputa na Câmara. O deputado Antonio Brito (PSD-BA) ainda mantém a candidatura, mas isso pode mudar durante o processo de negociações.

Na avaliação do Planalto, outro ponto importante na sucessão da Câmara tem relação com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de barrar o pagamento de emendas parlamentares sem transparência.

Para o Planalto, essa decisão enfraqueceu o atual presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que tem adiado a decisão de anunciar publicamente Hugo Motta como seu candidato.

A tendência, avaliam auxiliares de Lula, é que as negociações para a Presidência da Câmara ganham força após o segundo turno e após uma decisão do STF sobre as emendas parlamenatares.

 

EXAME

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