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CPI do INSS: Comissão inicia depoimentos e oposição investiga possíveis conflitos

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do INSS iniciou seus trabalhos ouvindo os primeiros depoimentos, enquanto o governo e a oposição ajustam suas estratégias. A oposição busca evidenciar possíveis conflitos na investigação da Polícia Federal, que, segundo alguns parlamentares, pode ter protegido pessoas ligadas ao governo atual. Por outro lado, a base aliada do Palácio do Planalto age para garantir maioria no grupo e evitar novas derrotas, como ocorreu na disputa pela liderança da comissão.
Entre os depoimentos previstos, destaca-se o do delegado da Polícia Federal Bruno Oliveira Pereira Bergamaschi, responsável pela Operação Sem Desconto, cuja audiência será sigilosa.
Os opositores planejam questionar o delegado sobre um contrato firmado pelo escritório do advogado Enrique Lewandowski, filho do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, com o Centro de Estudos dos Benefícios dos Aposentados e Pensionistas (Cebap), que está sob investigação por fraudes no INSS. O ministro nega qualquer conflito de interesse ou interferência de seu filho na pasta.
Além disso, a oposição pretende insistir na convocação de Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi). Contudo, Frei Chico não está entre os investigados.
Na semana anterior, um acordo entre governistas e oposicionistas resultou na exclusão da convocação de Frei Chico, limitando as convocações aos presidentes de entidades investigadas, o que deixou o dirigente sindical de fora, pois ocupa a vice-presidência do Sindnapi.
A oposição também apresentou vários requerimentos para ampliar o acesso a informações relacionadas às investigações, incluindo relatórios internos da Controladoria-Geral da União (CGU), documentos da Advocacia-Geral da União (AGU) sobre estratégias de ressarcimento, inquéritos da Polícia Federal e dados da Dataprev sobre a segurança do portal Meu INSS.
Além disso, a oposição procura mapear conexões políticas, solicitando registros de entrada e saída para monitorar a presença de dirigentes das entidades investigadas e outras pessoas ligadas ao caso em gabinetes do Senado, da Câmara, do Ministério da Previdência e do INSS. Entre os alvos está a tentativa de rastrear as visitas de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS, e outros envolvidos, para criar uma linha do tempo de encontros e canais de influência que possam fundamentar novas convocações.
Enquanto isso, o governo tenta evitar novas derrotas promovendo mudanças na composição da CPI. Senadores como Omar Aziz (PSD-AM) e Renan Calheiros (MDB-AL) saíram da comissão, enquanto aliados do Planalto trabalham para consolidar pelo menos 18 votos favoráveis à base aliada. Governistas avaliam que algumas dificuldades enfrentadas até agora ocorreram porque a oposição surpreendeu ao incluir requerimentos durante sessões que deveriam ser apenas para ouvir depoimentos.

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