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DF tem maior índice de médicos por habitante do país, diz conselho federal

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São 4,28 profissionais para cada mil habitantes, o dobro da média nacional. Maioria alterna com consultas particulares; 21% são exclusivos do SUS

Levantamento divulgado nesta segunda-feira (30) pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) aponta que o Distrito Federal tem o maior número de médicos por habitante do país. São 4,28 profissionais para cada 1 mil moradores, mais que o dobro da média nacional, de 2,09 médicos.

O órgão reconhece que o alto número de profissionais não se reflete no atendimento aos pacientes. Segundo a pesquisa, 26% dos médicos são exclusivos da rede particular, e outros 51% dividem a carga horária entre clínicas privadas e hospitais públicos.

Apenas 21% dos médicos atendem exclusivamente no Sistema Único de Saúde (SUS), de acordo com o CFM. Do lado dos pacientes, os números mudam: 75% da população é atendida na rede pública. Segundo o conselho, a má distribuição dos médicos é responsável pela má qualidade do atendimento.

“É preciso políticas que atraíssem esse médico para o serviço público de saúde. O CFM entende que uma carreira de médico de Estado seria uma atração para esses profissionais, porque nós entendemos que eles teriam, sim, uma segurança na sua carreira, melhores condições de trabalho e se sentiriam mais motivados”, diz a conselheira do CFM no DF, Rosylane Rocha.

Mais demanda
O Distrito Federal é seguido no ranking do CFM por Rio de Janeiro e São Paulo, com 3,75 e 2,70 médicos para cada mil habitantes. Vizinho do DF, Goiás aparece bem atrás no levantamento, com índice 1,83. A procura de pacientes do Entorno, segundo o CFM, também altera a qualidade do atendimento na capital.

“Nós atendemos pacientes que vêm das cidades próximas daqui do Distrito Federal, de Goiás, de Minas Gerais, da Bahia e de outros estados. Aí, dá essa sensação de que não temos médicos em número suficiente”, diz Rosylane.

O médico da UnB Ricardo Martins afirma que uma solução possível é investir na formação de clínicos gerais, reduzindo a quantidade de especialistas lançados no mercado todos os anos.

“O mercado requer médicos gerais, médicos que têm uma formação geral, e o aparelho formador de profissionais está mandando para o mercado de trabalho médicos especialistas. Então, a gente precisa rever tanto o aparelho formador, quanto a maneira de acolher esses profissionais”, diz.

‘Boicote’
Um vídeo obtido pela TV Globo no início de novembro mostra o presidente do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (SindMédico), Gutemberg Fialho, dizendo que haveria boicote ao governo caso a categoria não receba o reajuste salarial que havia sido aprovado na gestão anterior.

“Os servidores podem voltar sem nada. Mas vai ser quatro ano travando a máquina pública e boicotando o governo (sic)”, disse Fialho. O presidente do sindicato disse que a gravação foi feita no dia 20 de outubro em uma reunião com o colégio de líderes da Câmara e justificou que falou em nome dos servidores públicos de todas as categorias.

“Essa declaração foi feita no início do movimento. Eu chamava a atenção do governo para uma radicalização por parte dos servidores se não houvesse uma proposta com entendimento entre sindicato e governo. O próprio governo está se boicotando. Tudo chegou em um ponto crítico, como aconteceu com os professores.”

Após a divulgação das imagens, o secretário de Saúde, Fábio Gondim, determinou a abertura de uma sindicância para apurar o caso. Isso não é um boicote ao governo, é um boicote à população”, disse o gestor.

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