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Centro-Oeste

DF tem mais médicas mulheres do que homens na mesma função

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Apesar da maioria numérica, as mulheres ainda enfrentam desafios para exercer a profissão

O Distrito Federal possui mais médicas mulheres do que homens, de acordo com dados disponibilizados pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). Em Brasília, são 9.197 mulheres e 8.848 homens praticando a medicina em 2024 — ou seja, 50,96% dos profissionais são mulheres.

A maioria feminina ainda não é realidade no Brasil, mas por muito pouco. São 287.457 profissionais mulheres em todo o país, o que indica 49,91% de todos os médicos do país. Os homens, por sua vez, são 288.473 (50,09%).

No DF, o protagonismo feminino é percebido na rotina das profissionais. “Existem cada vez mais mulheres se dedicando e sendo encorajadas a buscar a medicina. É uma realidade vista nos hospitais e nas faculdades, em que percebemos cada vez mais mulheres”, aponta Marcela Crosara, médica oncologista coordenadora do Centro de Oncologia do Hospital DF Star, da rede D’Or.

As médicas mulheres são predominantemente jovens, se comparadas com os homens, de acordo com dados do CFM. Em Brasília, elas são maioria entre os profissionais menores de 29 anos, entre 30 e 34 anos, 35 e 39 anos e 40 a 44 anos. Os homens são maioria, por sua vez, entre 70 a 80 anos.

Desafios

Apesar de serem maioria numérica, ainda há desafios a serem superados pelas mulheres na área médica. “A mulher tem desafios em todas as profissões, tendo que conciliar filhos, cuidados com a casa e a carreira. É uma luta de todo dia”, afirma Letícia Sandre, ginecologista especialista em Onco Ginecologia da Maternidade Brasília, da rede Dasa no DF.

“O desafio maior é o assédio que as mulheres sofrem. Eu já sofri, logo no início da carreira é mais comum. Sempre foi muito desagradável, acho que o desafio é não tolerar mais nenhum assédio e as empresas se comprometerem a ter um canal de denúncia”, diz Fernanda Moura, médica oncologista no Sírio Libanês de Brasília. Em especialidades em que há mais homens, como a cirurgia, o assédio e o desrespeito à profissional mulher costumam ser mais comuns. “Como se precisássemos mostrar mais serviço para provar que somos boas”, completa Letícia.

As profissionais ainda ressaltam que os médicos homens ganham salários maiores do que as médicas mulheres e são mais valorizados pelos colegas e professores, unicamente pelo fato de serem homens. “Nos igualamos em questão de números, mas agora precisamos buscar o respeito e a igualdade salarial”, destaca a ginecologista.

Futuro

Apesar das adversidades, Marcela, Letícia e Fernanda encontram resultados recompensadores em sua profissão. “Eu sou uma médica que ama ser médica. Sinto-me completa”, afirma Marcela. Para as futuras profissionais, o conselho é que persistam e acreditem em sua carreira. “Temos vários exemplos de mulheres que abriram caminhos, que foram líderes dentro de sua área. Sejam esse agente de transformação também”, aconselha Fernanda.

Correio Braziliense

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