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‘Estopim’ para invasão de reitoria foi combate a festas e drogas, diz PUC

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A Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) disse, em nota divulgada nesta quarta-feira (18), que o “estopim” para a ocupação da reitoria por estudantes foi o trabalho contra “a realização de festas e consumo de substâncias ilícitas dentro do campus”.

A reitoria do campus de Perdizes, na Zona Oeste de São Paulo, foi ocupada pelos estudantes na noite desta terça-feira (17). A assessoria da PUC-SP diz que cerca de 100 manifestantes, “alguns deles encapuzados”, entraram no prédio por volta das 19h30.

“A invasão da reitoria é ilegal, é inapropriada, porque é uma invasão de domicílio. Entendemos que o estopim da invasão ocorra do trabalho duro da reitoria de impedir festas e da presença de alunos no interior da universidade após o seu horário de funcionamento”, diz Jarbas Vargas Nascimento, pró-reitor de cultura e relações comunitária da PUC-SP.

Um estudante que participou da ocupação disse que o argumento sobre as festas é “falacioso”. “Essa acusação visa desacreditar o movimento. Nós lutamos pela melhoria na qualidade do ensino e por melhores condições de trabalho aos professores e funcionários”, afirmou, com a condição de que seu nome fosse preservado.

Segundo os alunos, os motivos da ocupação são o aumento dos preços do restaurante universitário – que subiu de R$ 5,60 para R$ 10,34, de acordo com os manifestantes – e o reajuste das mensalidades, além do número reduzido de bolsas de estudo. Eles disseram também que querem uma audiência com a reitora, Anna Cintra.

Em um manifesto divulgado pelos estudantes, eles pedem ainda creche para os filhos de estudantes, professores e funcionários; reabertura de turmas nos cursos de filosofia, geografia, serviço social, história e ciências sociais e arquivamento do inquérito de três estudantes da PUC na Secretaria de Segurança Pública (SSP-SP).

Inquérito contra alunos
Segundo a universidade, a reitoria recebeu uma cópia de um convite divulgado em redes sociais de uma festa marcada para setembro do ano passado no campus de Perdizes. O convite supostamente fazia apologia ao uso de drogas e de bebida alcoólica no evento. A Polícia Civil foi comunicada sobre o assunto e abriu inquérito contra os três estudantes, que eram responsáveis pela organização do evento, por tráfico de drogas.

Em fevereiro, a universidade publicou um ato sobre a proibição das festas, mas os eventos nunca foram permitidos, segundo a direção da PUC, principalmente no período após o fechamento do campus e com consumo de bebida alcoólica.

A PUC-SP diz que as festas no campus têm provocado muitas reclamações de vizinhos. A universidade recebeu três multas de R$ 35 mil por excesso de barulho. “Essa atitude de festas e barulho ocasionou problemas na comunidade, atrapalhando o andamento das aulas, e trouxe dificuldades em relação aos vizinhos, que têm reclamado muito do barulho que tem ocorrido dentro da universidade”, diz o pró-reitor.

A universidade deve entrar ainda nesta tarde com um pedido de reintegração de posse do prédio. Segundo a assessoria institucional da PUC-SP, há câmeras instaladas na entrada da reitoria e uma sindicância interna será aberta para apurar as responsabilidades de quem participou da ação. A direção da universidade considera que houve uma invasão porque portas foram arrombadas e cadeados, estourados.

Sobre os prejuízos materiais que podem ter ocorrido com a ocupação, a universidade diz que ainda não tem informações porque não tiveram acesso ao interior do prédio.

Reivindicações dos alunos
Uma das reivindicações dos alunos é a “reabertura de turmas nos cursos de filosofia, geografia, serviço social, história e ciências sociais”. A PUC-SP diz que é necessário um número mínimo de alunos para manter as turmas. “A universidade gostaria de manter todos os cursos, mas é preciso ter um número mínimo de 20 alunos”, explicou o assessor institucional da PUC-SP, Claudio Junqueira.

A universidade diz que as mensalidades foram reajustadas em 10%, “acompanhando a margem das instituições privadas de ensino”. A PUC-SP nega o aumento do preço no restaurante e afirma que concedeu bolsas de alimentação de 100% para alunos do Prouni e que ainda há subsídio de 50% para estudantes com necessidade socioeconômica.

Os alunos também reclamam de “demissões sumárias de professores e funcionários”. Em relação a isso, a universidade afirma que “rescindiu, no final de 2014, o contrato de trabalho com 50 professores(as), cerca de 3% do seu total.” Além disso, 40 funcionários deixaram a instituição no início de 2015, ou 2,5% do quadro administrativo, ainda de acordo com a PUC.

Fonte: G1

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