Europeus culpam Rússia por frustrar tentativa de paz dos EUA na Ucrânia

Durante uma reunião da Otan, os ministros das Relações Exteriores europeus culparam a Rússia nesta sexta-feira (4) por frustrar um esforço dos Estados Unidos pela paz na Ucrânia.

As autoridades pediram pressão firme sobre Moscou para concordar com um cessar-fogo, em uma tentativa clara de persuadir o governo Trump a adotar uma linha mais dura.

O presidente dos EUA, Donald Trump, que prometeu dar um fim rápido à guerra de três anos, afirmou por semanas que acredita que Vladimir Putin, líder russo, está comprometido com a paz.

Fontes disseram à Reuters que a Casa Branca ficou cautelosa com as intenções de Putin nos últimos dias, embora Trump continue a sinalizar publicamente sua crença de que Putin quer acabar com a guerra.

Promessas vazias da Rússia

O Ministro das Relações Exteriores britânico, David Lammy, afirmou que Putin “continua a ofuscar, continua a arrastar os pés”.

“Ele poderia aceitar um cessar-fogo agora, ele continua a bombardear a Ucrânia, sua população civil, seus suprimentos de energia. Nós vemos você, Vladimir Putin, sabemos o que você está fazendo”, exclamou Lammy.

A Ministra das Relações Exteriores alemã, Annalena Baerbock, declarou que a conversa de Putin sobre negociações era “nada além de promessas vazias” e que o líder russo estava “ganhando tempo ao levantar demandas sempre novas”.

Os ministros das Relações Exteriores do Canadá e da Estônia estavam entre aqueles que pediam prazos para a Rússia aceitar um cessar-fogo.

Putin visita a região de Kursk pela primeira vez desde que a Ucrânia a atacou • RUSSIAN POOL

Washington informa que ainda está em contato com os dois lados e pressionando por uma trégua.

Um alto funcionário do Departamento de Estado alegou na quinta-feira (3) que no primeiro dia das negociações da Otan houve “apoio esmagador à Ucrânia, ao fim da guerra, aos esforços do presidente Trump para concluir a guerra, mas também reconhecimento de que a Rússia precisa fazer mais neste contexto”.

O funcionário relatou que não havia necessariamente um consenso sobre um cronograma para aumentar a pressão sobre a Rússia, mas havia um reconhecimento de que “quanto mais cedo, melhor”.

“Houve consenso de que a Rússia precisa fazer mais, que a Rússia deveria concordar com um cessar-fogo”.

A fé europeia nos americanos como protetores máximos do continente contra qualquer ataque da Rússia foi severamente abalada pela aproximação de Trump com Moscou e pressão sobre Kiev.

Um diplomata sênior da Otan disse haver desconforto entre os europeus por eles ainda não estarem envolvidos em negociações cujo resultado “determinará a situação de segurança na Europa nas próximas décadas”.