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Exposição no Rio explora conexões entre tecnologia e natureza

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O Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) no Rio de Janeiro inaugura nesta quarta-feira (29) a exposição Studio Drift: Vida em Coisas, dos artistas holandeses Lonneke Gordijn e Ralph Nauta. É a primeira vez que um conjunto de obras dos dois é apresentado no Brasil. Por meio de esculturas, instalações e vídeos interativos, a proposta é levar o público a refletir sobre a relação da humanidade com a natureza e as tecnologias contemporâneas.

A obra chamada de Fragile Future (Futuro Frágil) é representativa nesse sentido. Ela é feita de sementes brancas da planta dente-de-leão. O trabalho de montagem é artesanal e de longa duração. O Studio Drift coleta aproximadamente 15 mil sementes a cada primavera em Amsterdã, na Holanda. Depois de colhidas, elas são desidratadas e incorporadas a um sistema eletrônico que inclui bronze fosforoso e luzes de LED. O resultado é uma escultura com dentes-de-leão reconstituídos em meio a circuitos elétricos tridimensionais que emitem luz. A mensagem que os artistas querem trazer é sobre a fragilidade do planeta e a necessidade de integrar criações humanas em um ambiente harmônico.

“Nessa exibição não mostramos uma perspectiva de futuro. Mostramos uma direção que o futuro deve seguir se nós ouvirmos e olharmos para a natureza, se aceitarmos que todos os movimentos da natureza são movimentos que nós podemos fazer. Olhando para a natureza, nós podemos ver esses caminhos. Essa exibição, e o nosso trabalho como um todo, é sobre aprender esses caminhos, entender como funcionam”, explica a artista Lonneke Gordijn.

Outro destaque da exposição é o projeto Materialism (Materialismo). Nele, em vez de reconstituir elementos da natureza, a direção escolhida é a da desconstrução. Parte-se do produto final e chega-se às matérias-primas que o compõem. Um Fusca perde aparência e formatos bem conhecidos e se transforma em um conjunto de sólidos retangulares de diferentes cores e materiais. Eles são apresentados em uma moldura e têm tamanhos que seguem as proporções exatas de cada elemento usado na produção do veículo. Desconstruir, nesse caso, é pensar nas origens. Mas também valorizar o natural, os elementos vivos que tornaram possível a manifestação da criatividade humana. O projeto incluiu obras pensadas exclusivamente para a realidade brasileira. É o caso de desconstruções materiais feitas a partir de um pandeiro e de um chinelo da marca Havaianas.

A exposição no CCBB do Rio fica aberta gratuitamente ao público até 22 de maio. Depois, segue para os centros culturais Banco do Brasil de São Paulo, Belo Horizonte e Brasília. Segundo um dos curadores, Marcello Dantas, as obras vão permitir que o público tenha diferentes sentimentos e experiências sensoriais.

“Há obras para pensar e obras para sentir. Tem obras que são sobre vibração, frequência, movimento, coreografia, dança. São para serem vistas que nem você vê um balé: não precisa pensar muito, só sentir e entrar dentro daquela vibração. Tem outras que são mais conceituais, mais cerebrais e organizam o mundo ao nosso redor, as questões ambientais e a pegada de cada uma das coisas dentro da nossa vida. Tudo é sobre a projeção que a nossa imaginação faz sobre as coisas. A natureza nos é dada. As coisas nós fazemos. Será que a gente pode fazer com que a natureza e as coisas se alinhem? Só depende da gente”, diz Marcello Dantas.

Serviço

Exposição: Studio Drift – Vida em Coisas

Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro

Rua Primeiro de Março, 66 – Centro – Rio de Janeiro, RJ

De 29 de março a 22 de maio

Segunda: das 9h às 21h

Terças: fechado

Quarta a sábado: das 9h às 21h

Domingo: das 9h às 20h

 

Agência Brasil.

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