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Economia

Governo avalia aumento de impostos para 2018

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Entre as propostas estão aumento de alíquotas de Imposto de Renda para faixas mais alta e o fim de isenção para rendimentos em investimentos como LCI e LCA

O prazo para entrega do Imposto de Renda para Pessoa Física (IRPF) 2017 (Eliane Neves /Fotoarena/Folhapress)

O prazo para entrega do Imposto de Renda para Pessoa Física (IRPF) 2017 (Eliane Neves /Fotoarena/Folhapress)

Para fechar o Orçamento de 2018, a equipe econômica trabalha com um pacote de aumento de impostos que deve atingir principalmente os contribuintes com renda mais alta. Se adotadas em conjunto, as medidas têm potencial para reforçar o caixa em, pelo menos, 35,5 bilhões de reais.

Entre as propostas em estudo está a criação de uma alíquota de 30% ou 35% de Imposto de Renda para quem ganha mais de 20.000 reais mensais, o que poderia garantir até 4 bilhões de reais a mais para os cofres públicos. Já a tributação de lucros e dividendos poderia render ao menos 15 bilhões de reais em 2018. Com o fim da isenção do Imposto de Renda sobre as LCA (Letra de Crédito do Agronegócio) e LCI (Letra de Crédito Imobiliário), serão injetados outros 3 bilhões de reais a 4 bilhões de reais na arrecadação.

Uma revisão da tributação dos fundos de investimento imobiliário, que hoje são isentos da cobrança do Imposto de Renda sobre o ganho de capital, também está em análise. Além disso, investidores estrangeiros, que têm isenção para investir no mercado financeiro, podem perder essa vantagem.

O Ministério da Fazenda prepara um cardápio de propostas para apresentar ao presidente Michel Temer, que vai analisar a viabilidade política de encaminhá-las ao Congresso. Não significa que todas serão adotadas.

No caso da tributação sobre distribuição de dividendos, há resistências, dentro e fora do governo, especialmente de grupos empresariais. Mas a medida tem o apoio da Receita. Para entrar em vigor, é necessário aprovar um projeto de lei ordinária.

Contas públicas

Algumas das propostas já foram levadas ao presidente durante a discussão que norteou a decisão do bloqueio adicional de 5,9 bilhões de reais no Orçamento deste ano junto com a alta de PIS/Cofins que incidem sobre combustíveis, mas ficaram para ser inseridas na discussão do Orçamento de 2018.

O consenso na equipe econômica é de que, sem novos aumentos de tributos, as contas não fecham no ano que vem. Depois da elevação de PIS/Cofins, os técnicos avaliam propostas que elevam a tributação para o chamado “andar de cima” como forma de obter apoio popular. As medidas precisam ser aprovadas este ano pelo Congresso para entrar em vigor em 2018 porque o governo não tem mais espaço para elevar tributos por meio de decreto, ou seja, sem a necessidade de aprovação pelos parlamentares.

Integrantes da área econômica também querem apresentar nova proposta para tributação de heranças e doações. Uma proposta desse tipo foi apresentada pela ex-presidente Dilma Rousseff, mas não vingou. Também está em discussão o congelamento ou correção menor da tabela para 2018 (hoje, escapa do Imposto de Renda quem ganha salário de até 1.903 reais). Embora difícil de ser aprovada politicamente, essa medida poderia diminuir em 2,5 bilhões de reais a perda de arrecadação no ano que vem.

(Com Estadão Conteúdo)

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