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Jara e Kast se enfrentam no 2º turno no Chile

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A candidatura de Jeannette Jara, representante de esquerda, e de José Antonio Kast, político de ultradireita, avançaram para o segundo turno da eleição presidencial chilena, que será realizado em dezembro. O primeiro turno ocorreu no domingo, 16, em uma disputa marcada por sentimentos de medo e insegurança relacionados a questões migratórias.

Com quase todas as urnas apuradas, Jara liderou o primeiro turno, garantindo 2,9% de vantagem sobre Kast. O segundo turno está agendado para o dia 14 de dezembro.

No centro de Santiago, local de apoio à candidata de esquerda, as comemorações foram contidas. Katherine González, uma dentista de 29 anos, expressou preocupação: “Existe um pouco de temor sobre o que está por vir. A maioria dos outros candidatos é de direita e provavelmente esses votos apoiarão Kast na próxima etapa”.

Jara, de 51 anos, enviou uma mensagem aos seus seguidores: “Não deixem que o medo paralise vocês. Enfrentemos o medo fortalecendo a segurança das famílias”.

Em oposição, Kast, de 59 anos e líder do Partido Republicano, criticou tanto Jara quanto ao governo atual comandado por Gabriel Boric: “A oposição derrotou um governo ineficiente, mas a verdadeira vitória será conquistada com o combate à criminalidade, narcotráfico e fechamento das fronteiras”. Seus apoiadores celebraram a postura firme e autoritária que ele propõe.

Apesar do Chile ser considerado um dos países mais seguros na América Latina, o crescimento da violência tem influenciado a campanha eleitoral, favorecendo as propostas mais duras, incluindo a deportação em massa e medidas rígidas contra a criminalidade.

Resultados e projeções

Após os dois candidatos que avançaram, o economista de direita Franco Parisi se destacou como o terceiro candidato mais votado. Parisi, considerado populista, também defendeu medidas rigorosas contra a imigração irregular, chegando a propor o uso de minas antitanque na fronteira para impedir a entrada de imigrantes sem documentação. Contudo, ele não declarou apoio a nenhum dos candidatos para o segundo turno.

Analistas apontam vantagem para Kast devido à soma de 50% dos votos da direita, enquanto a esquerda ficou aquém do esperado, o que pode influenciar o resultado final. Uma vitória de Kast representaria o retorno do governo de extrema direita, uma novidade no Chile desde o fim da ditadura de Augusto Pinochet, há 35 anos.

Contexto de segurança e imigração

Nos últimos anos, o aumento significativo da violência no Chile mudou o cenário político, diminuindo o desejo de transformação representado inicialmente por Boric. A taxa de homicídios aumentou 140% na última década, assim como os casos de sequestro subiram drasticamente.

Dado esse contexto, a segurança pública tornou-se o tema central da campanha. Jara ajustou suas prioridades para enfatizar estratégias contra a criminalidade, enquanto Kast focou sua campanha contra os imigrantes em situação irregular, especialmente os venezuelanos, prometendo deportações em massa e reforço das fronteiras com barreiras físicas e presença militar e policial.

Por sua vez, Jara destacou que priorizará a investigação das finanças do crime organizado, propondo o fim do sigilo bancário entre outras medidas para combater a criminalidade de forma mais efetiva e estratégica.

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