Conecte Conosco

Mundo

Jurados começam a decidir condenação de Trump nesta quarta

Publicado

em

Serão avaliadas 34 acusações a partir de quarta-feira em Nova York

Um promotor no julgamento de Donald Trump pediu a um júri de Nova York, nos Estados Unidos, que considerasse uma “montanha” de evidências mostrando que o ex-presidente tentou influenciar a eleição de 2016 pagando uma estrela de filmes adultos para permanecer em silêncio sobre um suposto encontro sexual e, em seguida, tentou encobrir suas ações. As informações são da Bloomberg.

São 34 acusações contra o ex-presidente e atual candidato republicano. As acusações sofridas por Trump são puníveis com 16 meses a quatro anos de prisão. Entre as questões-chave a serem determinadas, caso o republicano seja condenado, está se ele enfrentará algum tipo de encarceramento, seja em uma instalação governamental ou em um local privado, ou uma experiência menos restritiva através da liberdade condicional.

O prefeito de Nova York, Eric Adams, disse este mês que o complexo prisional da Ilha de Rikers e o Departamento de Correções estavam preparados caso Trump fosse condenado a cumprir pena. Uma condenação não o desqualificaria de concorrer a um cargo ou servir como presidente, se eleito, disseram especialistas constitucionais.

Durante o julgamento, que começou em 15 de abril, os promotores do escritório do promotor distrital de Manhattan, Alvin Bragg, disseram que Trump registrou falsamente os pagamentos envolvendo Daniels como despesas legais e alegaram que foram despesas de campanha inadequadas.

O promotor Joshua Steinglass argumentou na terça-feira (28) que Trump concordou em reembolsar seu ex-advogado, Michael Cohen, pelo pagamento de US$ 130,000 (R$ 669,500) para comprar o silêncio da atriz pornográfica Stormy Daniels apenas alguns dias antes da eleição, porque temia o impacto sobre os eleitores caso ela tornasse o caso público.

Em argumentos que duraram seis horas e mantiveram os jurados no tribunal até as 20h, o promotor conectou depoimentos, telefonemas, e-mails, mensagens de texto e outros documentos para argumentar que o magnata do setor imobiliário falsificou 34 registros comerciais na Trump Organization. Ele disse que Trump deturpou o verdadeiro motivo pelo qual reembolsou Cohen – para esconder uma contribuição ilegal à campanha.

Os jurados devem começar a deliberar na quarta-feira, no primeiro julgamento criminal de um ex-presidente na história dos EUA. Trump, o provável candidato republicano para enfrentar o presidente Joe Biden em novembro, negou qualquer irregularidade.

‘Maior Mentiroso’

Steinglass passou horas refutando um argumento feito mais cedo na terça-feira pelo advogado de defesa Todd Blanche, que disse que os promotores não conseguiram provar que os registros eram falsos ou que o ex-presidente pretendia influenciar a eleição.

Blanche reservou seu vitupério mais contundente para Cohen, que os promotores usaram para fornecer o elo entre os registros e a intenção criminosa de Trump. Cohen, disse o advogado de defesa, era um ‘mentiroso em série’ que passou de amar Trump a odiá-lo e depois ganhou milhões de dólares com livros e podcasts criticando seu antigo chefe. Cohen foi condenado a três anos de prisão por uma variedade de crimes.

Blanche disse que Cohen agiu sozinho quando fez o pagamento a Daniels, tentando refutar o testemunho de Cohen de que Trump autorizou o acordo em cada etapa. Blanche disse ao júri que isso não era verdade e sugeriu que Cohen agiu por conta própria e depois mentiu sob juramento no tribunal.

Julgamento começou em abril

O julgamento de Donald Trump, que começou em abril de 2024, é um marco na história judicial dos Estados Unidos, sendo o primeiro julgamento criminal de um ex-presidente do país. A acusação central gira em torno de um pagamento de silêncio feito à atriz pornográfica Stormy Daniels em 2016, destinado a impedir que ela tornasse pública uma alegada relação sexual com Trump. Este pagamento foi realizado pouco antes da eleição presidencial, na qual Trump foi eleito, e está sendo interpretado como uma tentativa de influenciar o resultado eleitoral.

A investigação revelou que Trump teria reembolsado seu advogado pessoal, Michael Cohen, pelo pagamento de US$ 130.000 (R$ 669,500). Os promotores argumentam que esses reembolsos foram disfarçados como despesas legais, resultando em 34 acusações de falsificação de registros comerciais. A defesa de Trump tem se concentrado em desacreditar Cohen, chamando-o de mentiroso contumaz e argumentando que ele agiu sozinho ao fazer o pagamento a Daniels, sem o conhecimento ou autorização de Trump.

Este julgamento é apenas uma das várias batalhas legais que Trump enfrenta atualmente. Além do caso de Stormy Daniels, ele está envolvido em outras duas ações criminais: uma sobre seus esforços para reverter o resultado da eleição de 2020 e outra relacionada ao manuseio inadequado de documentos confidenciais encontrados em sua propriedade na Flórida. Nenhuma dessas outras ações foi ainda agendada para julgamento, mas todas têm o potencial de impactar significativamente sua candidatura à presidência nas próximas eleições.

EXAME

Clique aqui para comentar

Você precisa estar logado para postar um comentário Login

Deixe um Comentário

Copyright © 2024 - Todos os Direitos Reservados