Tecnologia
Laboratórios públicos do DF se destacam por inovação e tecnologia de ponta
Amanda Rodrigues, 21 anos, moradora da Ceilândia, está à espera do primeiro filho e realiza o acompanhamento pré-natal na rede pública do Distrito Federal. Um dos exames solicitados pelos médicos dela é o de curva glicêmica – essencial na gestação para medir as taxas de glicose no sangue e ajudar a combater, principalmente, o diabetes gestacional. Atendida no Laboratório Regional de Ceilândia (LRC), ela é um dos 9 mil pacientes recebidos por mês na unidade.
“Foi o meu primeiro exame aqui e gostei bastante do atendimento humanizado. A equipe é muito prestativa e cuidadosa. Tive um agendamento bem rápido. Enviei mensagem no WhatsApp e, no dia seguinte, meu exame estava marcado”, conta.
Cerca de 100 mil exames são analisados mensalmente na estrutura do laboratório, que conta com equipamentos de ponta e uma equipe de 39 servidores – entre biomédicos, farmacêuticos-bioquímicos, técnicos e auxiliares de laboratórios.
O LRC recebe amostras de 27 unidades básicas de saúde (UBSs) da Região de Saúde Oeste, formada por Brazlândia e Ceilândia, e é uma unidade de referência no processamento de exames ambulatoriais dessas regiões. É ainda destaque na realização de exames hormonais, marcadores tumorais e exames imunológicos de pacientes do Hospital Regional de Ceilândia (HRC), do Hospital Cidade do Sol e do Hospital Regional de Brazlândia (HRBz).
Inovação
A biomédica e chefe do LRC, Mayara Camelo, explica que a estrutura da unidade é de excelência e que a equipe adota medidas para aprimorar o atendimento ao público e a celeridade na análise e nos resultados dos exames. “Desenvolvemos três ferramentas que vão desde a gestão de marcação de exames de curva glicêmica até a notificação de resultados considerados críticos, em que há risco iminente à vida do paciente. A UBS responsável pelo atendimento é acionada em poucos minutos, permitindo que medidas necessárias sejam tomadas para garantir um atendimento adequado à condição”, explica.
Outra estratégia inovadora é a criação de um aplicativo que notifica a UBS em caso de necessidade de novas coletas. Isso ocorre quando uma amostra pode não ser satisfatória para análise. Nesse caso, o paciente pode ser avisado em tempo hábil para agendar outra coleta.
Além de agilizar o atendimento, as ferramentas ajudam a melhorar a gestão do laboratório. No agendamento de exames, por exemplo, há uma preparação do material de coleta no dia anterior. A ideia, segundo o farmacêutico-bioquímico e analista da unidade Emerson Valadares é expandir as práticas inovadoras para todas as unidades de saúde do DF.
“Desenvolvemos aplicativos para o monitoramento das doenças de notificação compulsória, casos de sífilis congênita, controle de estoque de reagentes, insumos e consumíveis e controle estatístico. Queremos propor melhorias e aplicá-las em toda a rede”, revela Valadares.
Centrais de exames
Além do Laboratório Regional de Ceilândia, o DF conta com mais duas unidades com excelência nos resultados dos exames: o Laboratório Regional do Guará (LRG) e o Laboratório da Unidade Mista de Taguatinga. Elas são pilares fundamentais no sistema público de saúde e responsáveis por processar exames de bacteriologia, urinálise, parasitologia, hematologia, hormônio, bioquímica e imunologia, entre outros.
Líder em processamento de exames, o Laboratório da Unidade Mista de Taguatinga atende 32 UBSs das regiões de Águas Claras, Recanto das Emas, Samambaia, Taguatinga e Vicente Pires, além de pacientes do Hospital Regional de Samambaia (HRSam), do Hospital Regional de Taguatinga (HRT) e do ambulatório do Hospital São Vicente de Paula (HSVP).
O farmacêutico-bioquímico e coordenador da unidade, Aloísio Carlos Soares, ressalta que o laboratório realiza todos os exames de tireoglobulina – um importante teste laboratorial para pacientes diagnosticados com câncer de tireoide – da rede pública do DF. O local também processa exames de proteína especial da maioria das regiões administrativas. São mais de 150 mil exames analisados por mês. Para ele, o investimento em equipamentos de última geração permite a excelência nos resultados.
“Não há mais trocas de amostras e erros de digitação, por exemplo. Com esse avanço tecnológico, há um aumento significativo na capacidade produtiva e na qualidade dos resultados dos exames”, aponta Aloísio.
Keila Maria da Silva, 29 anos, sempre que necessita, realiza exame de sangue no Laboratório da Unidade Mista de Taguatinga. “Estou fazendo o exame de curva glicêmica, mas como tenho alergia, faço outros exames aqui também. Eles coletam o sangue e explicam tudo direitinho. O atendimento da equipe é ótimo”, elogia.
Tecnologia a favor da saúde
Uma das expectativas para este segundo semestre de 2023 é a chegada do equipamento FUS-2000 – Automação para Sedimento Urinário, totalmente automatizado, que simplificará o sistema de urinálise dos três laboratórios. Hoje, o resultado do exame de urina demora de dois a três dias para ficar pronto e, com esse novo equipamento, poderá ser liberado em, no máximo, 24 horas.
“O LRC é piloto na implantação, na validação e na execução da interface. Estamos finalizando os testes e, provavelmente, nos próximos dias, vamos liberar para as demais redes utilizarem”, explica a chefe do Laboratório Regional de Ceilândia, Mayara Camelo.
No Laboratório Regional do Guará (LRGu), a chegada de equipamentos com tecnologia avançada e a reestruturação do espaço físico permitiram a ampliação do atendimento. Atualmente, o laboratório conta com 30 profissionais e realiza, aproximadamente, 80 mil exames por mês, o dobro da capacidade registrada antes da entrega do novo espaço.
“Essa reestruturação do local e a expansão do atendimento foram muito importantes para dar mais comodidade e conforto aos pacientes”, salienta a farmacêutica e chefe do laboratório, Maria Betânia Soares.
O LRG atende pacientes de toda a Região de Saúde Centro-Sul: Candangolândia, Estrutural, Guará, Park Way, Núcleo Bandeirante, Riacho Fundo, Riacho Fundo II, Setor de Indústria e Abastecimento (SIA) e Setor Complementar de Indústria e Abastecimento (SCIA).
A biomédica Patrícia Ceolin atua no LRGu há três anos e reforça que a presença de equipamentos modernos é essencial. “Usamos equipamentos avançados que já fazem a confecção de lâminas, então o paciente tem um resultado muito preciso e rápido. A liberação de todos os exames ocorre em até 24h”, afirma.
Horário de funcionamento
Todas as unidades atendem de segunda a sexta-feira, das 7h às 18h. Os horários das coletas variam de acordo com a especificidade de cada exame. Para ser atendido, o paciente precisa de encaminhamento e pedido médico. Os endereços dos locais de coleta estão disponíveis aqui.
Agência Brasília.
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