Economia
População do DF é líder na compra de flores e plantas ornamentais
Consumo per capita chega a R$ 44,23, quase o dobro da média nacional, de R$ 26,27. Apesar da vitalidade do setor, crise atrapalha crescimento
Especialistas avaliam que a produção e o comércio de flores são consideradas atividades com grande potencial de crescimento na capital. Há 10 anos, o DF tinha apenas 50 produtores e, hoje, o número quase triplicou, para 139. Esse grupo cultiva uma área total de 529 hectares e emprega, em média, 10 trabalhadores por hectare. A produção local varia de flores de corte, flores de vasos, folhagens de corte, palmeiras, plantas ornamentais e gramas. A safra ainda é pequena, mas tudo o que é cultivado na cidade fica por aqui mesmo. Ou seja, a produção local garante 20% do total consumido aqui. As floriculturas importam de 70% a 80% do que é comprado pelos brasilienses.
Desafios
A estruturação do mercado de flores no DF acompanha a expansão do setor. Em 2007, o cultivo foi considerado como programa prioritário do Governo do Distrito Federal e contemplado com o Programa da Floricultura, a cargo da Empresa Brasileira de Extensão Rural (Emater-DF). Por meio da iniciativa, a estatal realiza capacitação de produtores, incentiva a comercialização, promove ações de sensibilização no campo, desenvolve atividades em parceria com outras instituições, como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e universidades. “Brasília é uma cidade que cresce para os lados e, por isso, existe uma demanda por paisagismo, plantas ornamentais e de forrações. Além disso, os grandes eventos continuam acontecendo”, explica Cleison Medas Duval, coordenador do Programa de Floricultura.
A arquiteta Larissa Cristina Moreira Benitez, 24 anos, não tem o hábito de comprar flores, costume que ela pretende mudar assim que sair da casa da mãe, em Taguatinga. Noiva, com casamento marcado para o próximo ano, a moça já se animou com a variedade e a qualidade das flores e plantas ornamentais, quando escolhia os produtos para a ornamentação do local onde será realizado o chá de panela. “Quero ter o hábito de comprar flores quando estiver morando na minha própria casa. Não acho que elas sejam caras. O preço é justo e é cobrado de acordo com o sistema de produção”, destaca.
O Brasil está entre os 15 maiores produtores de flores do mundo, mas tem potencial para avançar algumas posições, na medida em que o Produto Interno Bruto (PIB) e o consumo per capita aumentarem. A avaliação é do presidente do Instituto Brasileiro de Floricultura (Ibraflor), Kees Schoenmaker, que vê com confiança o futuro do segmento. “A nossa expectativa é de que o crescimento do setor em 2017 vai ficar entre 8% e 9% e que o faturamento chegará a R$ 7,2 bilhões”, ressalta.
Mudanças nos gastos
O presidente do Instituto Brasileiro de Floricultura (Ibraflor), Kees Schoenmaker, avalia que crise afetou o setor. Entretanto, a entidade já trabalhava com previsões de crescimento estabilizada em 8%, em média, nos últimos dois anos. Segundo ele, os gastos diminuíam de acordo com o poder aquisitivo. A classe A continua a consumir, enquanto a B tem um perfil mais cauteloso. Já a classe C compra vasos menores e a D só em datas especiais.
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