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Tribunal italiano mantém deputada Carla Zambelli presa durante análise de extradição

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A justiça italiana decidiu que a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) permanecerá detida. A decisão foi divulgada um dia após ela participar de uma audiência na Corte de Apelação de Roma.

Nesta quarta-feira (27), o tribunal encerrou a sessão sem decidir se Zambelli poderia aguardar em liberdade a análise do pedido de extradição para o Brasil, conforme solicitado pela defesa. O juiz solicitou mais tempo para examinar os documentos apresentados.

Com essa decisão, reportada pelo blog de Andréia Sadi, do g1, a parlamentar continuará presa no complexo penitenciário de Rebibbia, nos arredores de Roma.

A defesa da deputada pediu sua soltura enquanto a transferência para o Brasil não for resolvida, alegando que ela enfrentaria problemas de saúde. Os advogados afirmam que o governo brasileiro não solicitou a prisão preventiva dela, mas a Corte Suprema da Itália já determinou que a inclusão de um acusado na difusão vermelha da Interpol, como ocorreu com Carla Zambelli, corresponde a um pedido de prisão.

De acordo com um laudo médico-legal apresentado à Justiça italiana, antecipado pelo UOL e confirmado pelo GLOBO, as condições clínicas da deputada não impedem que ela permaneça presa nem sua eventual transferência ao Brasil. Durante a última audiência de custódia, Zambelli relatou mal-estar e precisou de atendimento médico. Após esse episódio, a sessão foi suspensa e reagendada para continuação nesta quarta-feira.

A defesa argumenta que a parlamentar sofre de várias dificuldades físicas e psicológicas, incluindo fibromialgia, que causa dores pelo corpo, e depressão. Essa lista de doenças foi apresentada como justificativa para que ela responda ao processo em liberdade ou tenha a prisão alterada para domiciliar. Na audiência desta quarta, o advogado Fábio Pagnozzi também afirmou que a deputada não representa risco de fuga.

Condenações e prisão

Na semana anterior, o Supremo Tribunal Federal (STF) condenou Carla Zambelli por porte ilegal de arma de fogo, com o placar de 9 votos a 2. Por meio de seus advogados, a deputada declarou ser inocente e afirmou ser vítima de perseguição política, especialmente antes do pedido de extradição.

No processo, a Procuradoria-Geral da República (PGR) acusa a parlamentar de porte ilegal de arma e constrangimento ilegal com uso de arma, por perseguir o jornalista Luan Araújo antes do segundo turno das eleições de 2022 em São Paulo, após troca de provocações em ato político. A deputada nega as acusações. O caso gerou críticas do ex-presidente Jair Bolsonaro, que responsabilizou Zambelli pela sua derrota eleitoral.

Essa é a segunda condenação da deputada no STF. Em maio, a Primeira Turma do STF concluiu, por unanimidade, que Carla Zambelli e o hacker Walter Delgatti Neto foram culpados por invasão de sistemas e adulteração de documentos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), respondendo por invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica. A pena aplicada a Zambelli foi de 10 anos de prisão em regime fechado e multa de dois mil salários mínimos.

No dia 29 de julho, Carla Zambelli foi presa em Roma enquanto tentava evitar o cumprimento do mandado de prisão relacionado ao caso do CNJ, emitido pelo ministro Alexandre de Moraes. Com dupla cidadania, a deputada deixou o Brasil em maio e solicitou asilo político na Itália. O governo brasileiro pediu sua extradição, que ainda está sendo avaliada pela justiça italiana, sem prazo definido para decisão.

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