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Polícia peruana coleta DNA de pai de jovem do DF desaparecido em viagem

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Ele sumiu há quase 3 anos; sangue foi achado em casa de ex-patrão dele. Autoridades dizem que exame pode levar até 3 meses para ser concluído.

Artur Paschoali, jovem sumido no Peru em dezembro de 2012 (Foto: Facebook/Reprodução)
Artur Paschoali, que sumiu no Peru em dezembro
de 2012 (Foto: Facebook/Reprodução)

A polícia peruana coletou amostra de DNA do pai do jovem brasiliense Artur Paschoali, desaparecido na cidade montanhosa de Santa Teresa há dois anos e meio. O material poderá ser comparado à amostra de sangue recolhida no casebre do homem para quem o rapaz trabalhava antes de desaparecer.

As manchas de sangue foram descobertas com o uso de luminol, sustância que, quando borrifada no ambiente, aponta resquícios de sangue, mesmo que elas já tenham sido removidas. Durante o procedimento, a polícia descobriu uma poça de sangue de dois metros quadrados no local. A polícia do Peru pediu prazo de três meses para informar se o material está apto a ser submetido a testes de DNA.

Caso o material recolhido no casebre esteja em boas condições, a amostra será comparada com os genes do pai do rapaz, Wanderlan Paschoali. A coleta de material da boca, bochecha, cabelo e sangue dele foi feita em Cuzco. O material foi encaminhado para a capital peruana, Lima.

Tentamos usar essas evidências para formalizar um assassinato porque a gente não tinha nada. Mas o promotor sempre falava que não tinha como pesquisar, que não existia corpo, ele debochava. Era muito complicado”
Susana Paschoali, mãe de Artur, que desapareceu no Peru há dois anos e meio

Distritais
Uma comitiva de parlamentares da Câmara Legislativa do Distrito Federal deve viajar nas próximas semanas ao Peru para se reunir com autoridades do país e pedir agilidade no resultado dos exames. O pai do jovem afirma ter esperança de obter autorização para trazer uma amostra do material para o Brasil.

“Além de forçar um trabalho mais rápido por parte das autoridades peruanas, o que os congressistas podem fazer é tentar conseguir, com apoio da Embaixada do Brasil, que haja autorização da polícia peruana para que seja coletado algum material pertinente para elaboração do exame de DNA por parte de policiais brasileiros mais especializados e com mais recursos no Brasil, o que nos deixaria mais tranquilos”, disse Wanderlan.

Após dois anos e meio de apuração própria, a família do estudante conseguiu que a polícia peruana investigasse o caso como delito criminoso – e não como desaparecimento de pessoa. Eles afirmam que tiveram dificuldade em fazer com que a Justiça peruana acompanhasse o caso.

Irmão e amigos de Artur protestam em frente ao Palácio do Planalto com faixas pedindo mais apoio do Itamaraty (Foto: Luciana Amaral/G1)
Irmão e amigos de Artur protestam em 2013 em frente ao Palácio do Planalto com faixas pedindo mais apoio do Itamaraty (Foto: Luciana Amaral/G1)
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A mãe de Artur, Susana Paschoali, afirma que antes de coletar as provas nunca havia conseguido formalizar a denúncia ou fazer com que a promotoria do Estado assumisse o caso. “Tentamos usar essas evidências para formalizar um assassinato porque a gente não tinha nada. Mas o promotor sempre falava que não tinha como pesquisar, que não existia corpo, ele debochava. Era muito complicado.”

Na próxima semana, familiares vão se reunir com os parlamentares para trocarem informações e debaterem estratégias. Segundo Susana, a frente parlamentar vai solicitar junto ao Itamaraty uma reunião com o “Fiscal de la Nación”, que atua como Procurador-Geral da República no país.

Segundo a Polícia Civil do DF, o prazo para obter resultados de amostras coletadas por meio de luminol depende da qualidade do material e do tipo de equipamento utilizado nos exames. Com uma amostra de boa qualidade e equipamento moderno, o procedimento é concluído em três a quatro semanas. Dependendo do grau de deterioração do material, o resultado pode levar até dois meses.

Arthur Paschoali em frente ao Congresso Nacional (Foto: Facebook/Reprodução)
Artur Paschoali em frente ao Congresso Nacional em imagem de arquivo (Foto: Facebook/Reprodução)

Sangue
O sangue descoberto na casa do ex-patrão de Artur é, para a família do estudante, mais uma evidência do que moradores da região já vinham indicando, de que o jovem sofreu agressões e pode ter sido assassinado. O irmão do rapaz, Felipe Paschoali, diz que testemunhas relataram ter ouvido pedidos de socorro vindo de dentro da casa na época em que ele desapareceu.

Após quase três anos, conseguimos fazer um teste de luminol para conseguir detectar sangue nessa casa, e foram encontradas manchas de sangue no chão e na porta, com sinais inclusive de arrastamento”
Felipe Paschoali, irmão de Artur

“Uma senhora que vinha de uma igreja evangélica, próximo da data em que o Artur sumiu, ouviu gritos nessa casinha, que fica próxima a um cemitério. Era um grito de ajuda, pedindo socorro, como se tivesse alguém realmente apanhando”, diz. “Após quase três anos, conseguimos fazer um teste de luminol para conseguir detectar sangue nessa casa, e foram encontradas manchas de sangue no chão e na porta, com sinais inclusive de arrastamento.”

Artur Paschoali trabalhou para o comerciante enquanto passou uma temporada no vilarejo, que fica encravado em uma montanha ao lado de Águas Calientes, ponto turístico que leva a Machu Picchu. Artur gostou da cidade e quis ficar uma semana hospedado ali. Logo, arrumou um emprego no bar. O desaparecimento foi registrado oito dias após a chegada dele à cidade.

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