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Com escassez de seringas, DF deixa de aplicar vacinas

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Secretaria vai distribuir 194 mil unidades a postos de saúde nesta quarta.
Inclusão de duas imunizações aumentou demanda por insumo, diz pasta.

A falta de seringas na rede pública tem feito com que moradores do Distrito Federalenfrentem dificuldades para tomar vacinas. O último lote foi distribuído para os postos há duas semanas e, em alguns deles, como deCeilândia e do Cruzeiro, já não é mais possível encontrar o material. Os estoques já estavam baixos em abril, quando a Secretaria de Saúde deu início à compra de três tipos diferentes do insumo. Somente o processo de aquisição do tipo 25×7 foi concluído, e as 194 mil unidades devem ser distribuídas nesta quarta-feira (29).

De acordo com a secretaria, o problema tem relação com dois fatores. O primeiro deles foi a inclusão das vacinas dTpa – contra difteria, tétano e coqueluche – para grávidas e anti-hepatite A para crianças no ano passado, aumentando a demanda de seringas. O segundo estaria relacionado ao atraso por parte do Ministério da Saúde na finalização da ata de registro de preço do material, fazendo com que a entrega dos insumos prevista para maio só possa acontecer em agosto.

Por e-mail, o ministério informou que a responsabilidade de comprar agulhas e seringas é da própria unidade da federação. A ata de registro de preços funciona como uma forma de diminuir os custos da aquisição, já que as compras são feitas em grande quantidade por abarcarem as demandas de diversos estados. A adesão ao pregão, no entanto, é opcional.

O calendário de vacinação do DF tem 35 tipos de imunização diferentes, incluindo os reforços. Somente no ano passado foram aplicadas 2 milhões de doses. A Secretaria de Saúde disse não ter dados de quantas pessoas deixaram de ser atendidas por causa da escassez de seringas. “Foram casos pontuais, e os pacientes voltaram depois para receber a dose da vacina”, afirmou em nota.

Ainda segundo a pasta, as 194 mil unidades previstas para esta quarta são suficientes para atender a rede até a finalização dos processos dos outros tipos de seringa. Por causa da demora nos trâmites legais para a aquisição os tipos 25×6 e 20×5,5 por meio de licitação regular, a pasta deu início também a uma compra emergencial.

O prazo para o abastecimento da rede não foi informado, mas foram solicitadas 468 mil unidades do tipo 25×6 e 540 mil do tipo 20×5,5. “Ressalta-se, contudo, que o último lote de seringas disponível no estoque da Saúde foi enviado para as salas de vacinas há duas semanas. Com isso, a maioria das salas das regionais de saúde ainda possui o insumo em seu estoque. A falta está sendo excepcional nas unidades das regionais com maior demanda”, completou a secretaria.

Nova gestão
O novo secretário de Saúde do Distrito Federal, Fábio Gondim, afirmou que entre 80% e 90% dos problemas da pasta se resolvem com gestão. O ex-consultor do Senado e ex-assessor de Roseana Sarney (PMDB) assumiu o cargo no lugar do médico João Batista de Sousa, que pediu demissão na quinta-feira (23) após sete meses de trabalho.

“Há desperdício, há desvio, há falta de medicamento, há sobra de equipamento a ponto de ele ser perdido por perda do prazo de validade. Os equipamentos são adquiridos sem uma sistematização. Mandei fazer uma norma ontem, para que seja feita já a partir de hoje: todo processo de aquisição de equipamento tem de ser acompanhado de um parecer por escrito da área de infraestrutura e logística dizendo que há espaço físico e instalação adequada para recebê-lo”, afirmou.

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