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Fotógrafa do DF perde R$ 15 mil em equipamentos por suposto furto em avião
Bolsa com câmera, lentes e cartões de memória ‘sumiu’ durante desembarque em Brasília. Caso ocorreu em voo da Latam; companhia diz colaborar com investigações.
Uma fotógrafa de Brasília perdeu centenas de imagens e equipamentos fotográficos dentro de um avião da Latam que decolou em Salvador, na Bahia, nesta segunda-feira (24). Iêda Maria Lima, de 54 anos, afirmou que a bolsa onde guardava os aparelhos foi furtada durante o desembarque no Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, com o avião no solo. A Latam diz colaborar com as investigações.
Segundo a fotógrafa, a bolsa de 4 kg sumiu logo que os compartimentos de bagagem foram abertos, por volta das 11h30. O valor dos equipamentos – câmera, lentes, baterias, cartões de memória e disparador – foi estimado por ela em R$ 15 mil reais.
“Só a câmera, eu olhei minha nota fiscal, custou 3.877 dólares.”
Logo que deu falta da bolsa, Iêda pediu ajuda a uma comissária de bordo. “Ela ficou assutada e as pessoas começaram a sair.” Segundo a fotógrafa, a funcionária chamou o piloto, mas nada foi feito a respeito. “Eu perguntei ‘o que eu faço, me dá um norte?’. E ele me respondeu ‘corre, corre atrás’.”
“Foi um descaso a maneira como fui tratada. Isso não aconteceu fora do avião. Não foi esquecimento, eu sequer tinha desembarcado.”
Em nota, a companhia aérea informou que “colabora com as autoridades na investigação”, mas orienta os passageiros a “manter atenção em relação aos objetos transportados”. A Latam também diz que o caso terá de ser apurado pela polícia.
“Em caso de furto a bordo, a companhia recomenda que o cliente abra um boletim de ocorrência ao órgão de segurança pública responsável pelas atividades de polícia no aeroporto, que dará prosseguimento ao tema”, diz o comunicado.
Ficou na memória
Além da bolsa, centenas de imagens foram perdidas. A fotógrafa estava em Salvador para documentar a festa do Nego Fugido, tradição baiana que celebra anualmente a libertação dos escravos com festas, encenações e cerimônias nos domingos de julho. De todo o material, restaram apenas fotos tiradas com o celular.
No último domingo (23), logo antes de volta a Brasília, Iêda passou o dia em Acupe, distrito de Santo Amaro da Purificação que vive da pesca de mariscos e onde a festa é tradicional. O objetivo era registrar momentos das celebrações e recortes do cotiano do povoado.
Na memória, ficaram gravadas cenas dos pescadores descasacando mariscos, do vendedor de licor e de um senhor com um passarinho na mão, entre outros. “Cheguei e a entrar nas casas, vi de perto o que é a vida naquele lugar. Pude fotografar a beleza daquela gente simples e feliz.”
Iêda trabalha profissionalmente com fotografia há cinco anos e fez três viagens com interesse documental somente em 2017. Em janeiro, ela esteve na Guatemala e, em abril, passou por regiões montanhosas de Minas Gerais, como a Serra do Cipó.
“Gosto de observar a maneira como as pessoas vivem. Entrar um pouco na intimidade delas para fazer fotos que contam uma história.”
De acordo com Iêda, o furto aconteceu em questão de segundos, logo depois que abriram a porta do avião e a fila de passageiros começou a andar. “Eu estava de olho na minha bolsa, porque tinha equipamento eletrônico e não podia cair. Mas não pude ficar de pé, porque o corredor já estava lotado.”
Ela contou que estava sentada no assento 3C, logo na entrada dianteira do avião, mas que não conseguiu guardar a bolsa no bagageiro logo acima porque estava cheio. “Vi que no primeiro tinha espaço bem no cantinho e coloquei lá. A minha bolsa pessoal deixei debaixo do assento na minha frente.”
No entanto, ao sair da aeronave, Iêda deu falta dos pertences. “Não durou mais que dois minutos. Quando cheguei, minha bolsa não estava mais lá”, disse. “Eu corri feito uma louca pelo saguão. Desci para pegar a bagagem na esteira, fiquei procurando pela bolsa entre as pessoas, mas nada.”
A fotógrafa disse que deve entrar na Justiça contra a companhia aérea pela perda material e pelo desgaste psicológico. “Não teve um funcionário que se propôs sequer a me acompanhar.” Ela disse que questionou uma atendente sobre os nomes da tripulação, mas ouviu que as identificações eram confidenciais.
Segundo Iêda, após fazer uma publicação na internet sobre o ocorrido, a Latam entrou em contato por mensagem. “Perguntaram o número do meu voo duas vezes e depois disseram que a queixa estava registrada. Mais nada.”
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