A aviação do governo da Síria voltou a bombardear nesta quarta-feira Guta Oriental, uma área próxima de Damasco e controlada pelos rebeldes, em uma operação que matou cinco civis e deixou mais de 200 feridos, informou a ONG Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH).
Os bombardeios atingiram várias localidades da região, onde quase 400.000 pessoas vivem cercadas pelas forças governamentais desde 2013, indicou o OSDH. Desde domingo, os bombardeios da aviação síria mataram 250 civis, entre eles quase 60 crianças, e deixaram centenas de feridos.
O ritmo dos bombardeios pareceu diminuir durante a noite, mas sua intensidade foi retomada na manhã desta quarta-feira, segundo o OSDH. Os ataques também provocaram muitos danos, em particular em hospitais, que ficaram sem condições de funcionar.
Nas localidades de Arbin e Ain Turma, as forças governamentais lançaram barris de explosivos. Durante a noite, a artilharia governamental disparou mais de 100 obuses, projéteis ocos de carga explosiva que são lançado em trajetórias curvas por tanques.
Imagens divulgadas por grupos de resgate independentes e organizações que lutam pela paz na região mostram cenas fortes de desespero entre os moradores, que fogem das bombas e tentam salvar familiares presos nos destroços deixados após os bombardeios.
Aviso: imagens fortes
A nova campanha aérea contra Guta Oriental começou no domingo, após a chegada de reforços para uma ofensiva terrestre que ainda não teve início. O governo quer reconquistar esta região, a partir da qual os rebeldes lançam ataques contra Damasco.
A ofensiva das forças de Bashar Assad, contudo, tem feito cada vez mais vítimas civis, apesar das constantes declarações do governo de Damasco garantindo que tem como alvo apenas militantes e grupos rebeldes. Grupos de monitoramento e ONGs de direitos humanos denunciam irregularidades nos ataques do Exército sírio desde o início da guerra.
Guta Oriental é o último reduto controlado pelos rebeldes perto da capital síria. Segundo o jornal Al Watan, ligado ao governo, os bombardeios “são o prelúdio de uma operação terrestre de grande envergadura que pode começar a qualquer momento”.
(Com AFP e Reuters)
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