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Bolsonaro silencia e deixa críticas ao STF para aliados e filho

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Recluso e sujeito a possíveis penalidades adicionais do Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem evitado manifestações públicas, mantendo, entretanto, uma ativa articulação política nos bastidores. Nesta quarta-feira (23), pelo menos sete apoiadores estiveram na sede do PL, em Brasília, local onde Bolsonaro deve permanecer todo o dia.

Esses aliados assumiram o papel de criticar o ministro Alexandre de Moraes e o próprio STF. Seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), protocolou um novo pedido de impeachment contra o ministro.

De acordo com interlocutores, Bolsonaro “está bem, sem medo” e tem recebido visitas desde segunda-feira. A expectativa é de que ele fique na sede do partido até o início da noite, quando, por determinação judicial, deve retornar para sua residência. O almoço foi novamente providenciado por um serviço de buffet no local.

Enquanto aguarda a decisão de Moraes sobre os limites das medidas cautelares aplicadas, Bolsonaro está delegando suas declarações a parlamentares e líderes bolsonaristas que atuam junto a ele.

O senador Magno Malta (PL-ES), presente no local, afirmou: “Esse cara (Moraes) é um instrumento do sistema, está agindo para isolar Jair Bolsonaro. Não há fundamento jurídico algum. Poucos se salvam ali, exceto o discernimento do ministro Fux, André Mendonça e Nunes Marques.”

Entre os visitantes desta quarta estiveram os deputados Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), Evair de Melo (PP-ES), Delegado Caveira (PL-AL), Domingos Sávio (PL-MG), o vereador Jair Renan Bolsonaro (PL-SC) e o deputado estadual Bruno Engler (PL-MG). De Domingos Sávio veio uma das declarações mais veementes: “Moraes precisa de ajuda psicológica. Ele censura a todos. Não vou me calar, mesmo que me prendam. A democracia liberal não pode ser sustentada assim.”

Ele evitou revelar o conteúdo de suas conversas privadas com Bolsonaro: “Não posso dizer o que falei com ele, pois ele poderia ser preso se eu revelasse minha opinião.”

Para seus aliados, Bolsonaro tem repetido que está tranquilo e confiante de sua inocência. O ambiente no PL é descrito como resistente, com discurso alinhado, lealdade mútua e indignação coletiva.

“Ele está como sempre esteve. Estamos certos de que ele não cometeu nenhum crime, mas não há garantia de que não haverá novas sanções,” resumiu um interlocutor próximo.

A tensão diminuiu com a demora de Moraes em se pronunciar sobre o suposto desrespeito às medidas cautelares. Até a noite de terça-feira, temia-se uma prisão preventiva nas primeiras horas do dia, o que não ocorreu. A expectativa agora é que o ministro mantenha apenas as penalidades já impostas.

Pedido de impeachment

O senador Flávio Bolsonaro apresentou um novo pedido de impeachment contra Alexandre de Moraes, alegando que o ministro abandonou sua postura imparcial e assumiu um papel político ao impor medidas contra o ex-presidente.

Cabe ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), decidir sobre o prosseguimento do processo.

“O ministro relator deixou de ser um juiz imparcial para assumir uma postura política incompatível com sua função. A imposição das medidas cautelares contra o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro ultrapassa os limites do exercício da jurisdição penal. Trata-se de uma decisão claramente motivada por perseguição política e ideológica,” diz o pedido.

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