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A Lua está encolhendo e sofrendo abalos sísmicos, revela Nasa
O satélite natural encolhe e sua superfície ganha elevações e escarpas; descoberta contraria análise de que corpo celeste estava inativo
Um estudo divulgado pela Nasa nesta segunda-feira 13 revelou que a Lua está encolhendo devido ao resfriamento do seu interior.
De acordo com o cientista Thomas Watters, do Centro de Estudos da Terra e Planetas do Museu Nacional do Ar e do Espaço dos Estados Unidos, o encolhimento faz com que a superfície da Lua ganhe elevações e escarpas. O efeito também tem causado abalos sísmicos.
Tal como uma uva “se enruga” ao ser tornar uma uva-passa, escarpas se formam na Lua conforme o satélite natural da Terra diminui, explicou a Nasa em uma nota divulgada.
Mas, ao contrário da casca da uva, que é flexível, a crosta da Lua é rígida e se quebra quando seu tamanho diminui, formando falhas onde um segmento é empurrado para cima de outro.
“Nossa análise revela as primeiras provas de que essas falhas permanecem ativas e provavelmente produzem abalos sísmicos ainda hoje, enquanto a Lua continua esfriando e diminuindo”, afirmou Watters.
You’ve heard of earthquakes. But what about moonquakes? Like a wrinkled grape drying out to a raisin, the Moon is shrinking as its interior cools causing wrinkles or faults to form on its brittle surface. When enough stress builds, it releases the quakes: https://t.co/H3ixgywT1p pic.twitter.com/OxNrVveAQk
— NASA (@NASA) 13 de maio de 2019
As escarpas, similares às falhas geológicas provocadas pelos movimentos tectônicos na Terra, se apresentam como cordilheiras escalonadas de várias dezenas de metros de altura e se estendem por vários quilômetros.
De acordo com a Nasa, os astronautas Eugene Cernan e Harrison Smith tiveram que ziguezaguear com o seu veículo lunar para atravessar a falha Lee Lincoln durante a missão Apolo 17 em 1972.
Watters é o autor principal de um estudo que analisou os dados fornecidos por quatro sismógrafos colocados na Lua pelos astronautas durante as missões Apolo 11, 12, 14, 15 e 16, usando um algoritmo desenvolvido para identificar os lugares de tremores detectados por uma rede de sensores.
Entre 1969 e 1977, os sismógrafos registraram 28 sismos superficiais com magnitudes entre 2 e 5 na escala Richter. A equipe determinou que oito dos 28 movimentos ocorreram dentro de aproximadamente 30 quilômetros de distância de falhas visíveis nas imagens lunares.
O satélite natural tem um raio que corresponde a pouco mais de um quarto do raio da Terra. Seu tamanho diminuto levou os cientistas a acreditarem que todo seu calor interno havia escapado para o espaço há muito tempo.
Como resultado, toda a sua atividade geológica teria se desligado. As novas evidências, contudo, sugerem o contrário.
Segundo Watters, a descoberta “se afasta do conhecimento convencional sobre como os corpos rochosos se resfriam” e sugere que a Lua ainda está “tectonicamente ativa”.
(Com EFE)
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