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Após prometer exoneração, Bolsonaro troca superintendente da PF no Rio

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Delegado Carlos Henrique Oliveira Sousa, atual chefe do órgão em Pernambuco, será indicado como substituto de Ricardo Saadi no Rio

Jair Bolsonaro: Troca do superintendente do Rio foi antecipada por Bolsonaro, em entrevista a jornalistas, quando alegou “questão de produtividade (Adriano Machado/Reuters)

São Paulo — Personagem da crise envolvendo o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Justiça, Sergio Moro, o superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro, Ricardo Saadi, foi exonerado nesta sexta-feira, 30. Sua saída do cargo foi publicada no Diário Oficial da União (DOU), em portaria assinada pelo secretário-executivo da pasta, Luiz Pontel.

A troca do superintendente do Rio foi antecipada por Bolsonaro, em entrevista a jornalistas, no dia 15, quando alegou “questão de produtividade”. A declaração surpreendeu a cúpula da PF que, horas depois, em nota, contradisse o presidente ao afirmar que a substituição já estava planejada e não tinha “qualquer relação com desempenho”.

Na ocasião, a PF informou que o delegado Carlos Henrique Oliveira Sousa, atual chefe do órgão em Pernambuco, será indicado como substituto de Saadi no Rio. A nomeação de Sousa, porém, não foi efetiva ainda.

A PF também não informa qual será o destino de Saadi. Ele negociava uma mudança para Brasília, onde fica a sede da corporação.

Bolsonaro anunciou, de surpresa, que Ricardo Saadi, seria substituído pelo chefe da PF no Amazonas, Alexandre Silva Saraiva, por motivos de “produtividade”.

No mesmo dia, a corporação reagiu e sinalizou que Saadi não estava saindo por esse motivo e que não aceitaria uma indicação “de cima para baixo”.

Horas depois, Bolsonaro foi obrigado a baixar o tom e aceitar a indicação do superintendente de Pernambuco, Carlos Henrique Oliveira Sousa. O recuo de Bolsonaro atendeu a um pedido de Moro.

Nesta semana, o presidente disse que se não puder trocar o superintendente, irá trocar o diretor-geral, Maurício Valeixo. “Se eu trocar hoje, qual o problema? Está na lei que eu que indico e não o Sergio Moro. E ponto final”, afirmou.

A declaração também foi recebida com críticas, uma vez que, apesar de a PF estar sob guarda-chuva do Ministério da Justiça, tradicionalmente os governantes decidem que o órgão tem autonomia.

Em entrevista à Globo News, ministro Sergio Moro quebrou o silêncio e afirmou que Maurício Valeixo, atual diretor-geral da PF, vai permanecer no cargo e que tem a sua confiança. No entanto, disse que “as coisas eventualmente podem mudar”. O ministro também afirmou que não é o “chefe da PF”.

 

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