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Tumulto em festival religioso deixa mortos e feridos na Índia

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Kumbh Mela é a maior congregação do mundo, atraindo cerca de 400 milhões de pessoas ao longo de suas seis semanas

Pelo menos sete pessoas foram mortas e cerca de 10 ficaram feridas em um tumulto no Maha Kumbh Mela, no norte da Índia, nesta quarta-feira (29), disse uma autoridade, enquanto dezenas de milhões se reuniam para dar um mergulho sagrado no dia mais auspicioso do festival hindu de seis semanas.

A desordem ocorreu entre 1h e 2h (horário local) perto da arena dos ascetas, onde barricadas foram colocadas para controlar a multidão durante o mergulho sagrado, disse Yogi Adityanath, ministro-chefe do estado de Uttar Pradesh, onde a cidade do festival de Prayagraj está localizada.

O primeiro-ministro Narendra Modi, em uma postagem no X, ofereceu condolências aos “devotos que perderam seus entes queridos”, mas não especificou o número de mortos.

“A administração local está empenhada em ajudar as vítimas de todas as maneiras possíveis”, afirmou.

Adityanath acrescentou que a situação estava sob controle, mas a multidão ainda era enorme.

Um alto funcionário do estado disse que “mais de sete pessoas foram mortas e cerca de 10 outras ficaram feridas”. O funcionário não quis ser identificado, pois não estava autorizado a falar com a mídia.

Vídeos e fotografias mostraram corpos sendo levados em macas e pessoas sentadas no chão chorando, enquanto outras pisavam em roupas, sapatos, mochilas e cobertores deixados por aqueles que tentavam escapar da multidão.

Uma testemunha da Reuters viu vários corpos enquanto seguia dezenas de ambulâncias correndo em direção à margem do rio onde o incidente ocorreu.

Testemunhas falaram de um grande empurrão perto da confluência de três rios sagrados – onde um mergulho é considerado particularmente sagrado – que fez com que os devotos caíssem uns sobre os outros. O ministro-chefe Adityanath pediu que as pessoas evitassem a área.

“Tínhamos barricadas na nossa frente e policiais com cassetetes do outro lado. O empurrão por trás foi muito forte… as pessoas começaram a cair”, disse Vijay Kumar, que veio para o festival da cidade oriental de Patna.

“Havia pessoas caídas por todo lado, não sei se estavam vivas ou mortas.”

Uma mulher que fazia parte da multidão, mas não deu seu nome, disse à agência de notícias ANI que as pessoas “continuavam pisando” em sua mãe e nela quando caíam.

“Estou segura, mas minha mãe morreu”, disse ela.

O festival

O Kumbh Mela é a maior congregação do mundo, atraindo cerca de 400 milhões de pessoas ao longo de suas seis semanas, em comparação com a peregrinação do Hajj na Arábia Saudita, que atraiu 1,8 milhão no ano passado.

Até terça-feira, quase 200 milhões de pessoas compareceram ao festival de 2025 desde que começou há duas semanas.

Hindus devotos acreditam que dar um mergulho na confluência de três rios sagrados – o Ganges, o Yamuna e o mítico e invisível Saraswati – absolve as pessoas dos pecados e, durante o Kumbh, também traz a salvação do ciclo de vida e morte.

Mais de 36 milhões de pessoas fizeram um mergulho sagrado às 10 da manhã desta quarta-feira, segundo autoridades.

Os participantes vão do Ministro da Defesa Rajnath Singh e do Ministro do Interior Amit Shah ao Presidente do Adani Group Gautam Adani e celebridades como Chris Martin do Coldplay e a atriz Dakota Johnson, que a mídia local relatou que chegaram a Prayagraj na terça-feira (28).

O primeiro ministro, Narendra Modi, deve visitar o festival no próximo mês.

As autoridades esperavam que um recorde de 100 milhões de pessoas lotassem o município temporário em Prayagraj na quarta-feira, e mobilizaram segurança adicional e médicos junto a uma tecnologia baseada em software de IA para controlar a multidão.

A Força de Ação Rápida (RAF) – uma unidade policial especial chamada durante a crise – foi mobilizada para controlar a situação e os esforços de resgate estavam em andamento, disseram autoridades.

Partidos da oposição culpam “má gestão”

Os partidos de oposição criticaram os governos federal e estadual e culparam o tumulto no que chamaram de “má gestão” e “cultura VIP”.

“A cultura VIP deve ser contida e o governo deve fazer melhores arranjos para atender às necessidades dos devotos comuns”, disse Rahul Gandhi, líder do principal partido de oposição, o Congresso, no X, referindo-se a políticos e celebridades sendo tratados de forma diferente.

Um tumulto semelhante ocorreu no dia mais auspicioso do festival quando ele foi realizado pela última vez em 2013, matando pelo menos 36 peregrinos, a maioria mulheres.

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