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PF descobre esquema de fraude com livros usando dinheiro vivo em lojas de luxo
André Gonçalves Mariano, empresário alvo da Operação Coffee Break da Polícia Federal, foi acusado de receber aproximadamente R$ 10 milhões em dinheiro vivo, transportados em sacolas plásticas, em um esquema de fraudes em licitações para educação em prefeituras do interior de São Paulo.
A investigação aponta que o empresário, proprietário da Life Tecnologia, teria arrecadado R$ 111 milhões em contratos suspeitos para fornecer material escolar em quatro municípios paulistas. Para esconder a origem dos recursos, utilizava um elaborado sistema de lavagem de dinheiro, enviando os valores a empresas de fachada controladas por doleiros.
Os doleiros convertiam as transferências bancárias em dinheiro em espécie, utilizando métodos para evitar a detecção, como o pagamento parcelado de boletos. André Mariano recebia os valores públicos através da Life e buscava o montante em dinheiro vivo, que depois seria usado no pagamento de propinas a lobistas e servidores públicos.
Entre os presos na operação estão o vice-prefeito de Hortolândia, Cafu César, e o secretário de Educação da cidade, Fernando Gomes de Moraes. As autoridades municipais teriam atuado para favorecer a Life nos processos licitatórios, assinando documentos e agilizando pagamentos de contratos superfaturados.
Os investigadores identificaram que Cafu César fez compras em dinheiro vivo em valores acima de R$ 30 mil, somando cerca de R$ 3 milhões, incluindo R$ 2,9 milhões gastos em lojas de luxo como Gucci e Burberry.
O esquema, segundo a Polícia Federal, vinha operando desde 2021 e envolvia a Life Tecnologia, agentes públicos e doleiros. André Mariano contava com a participação desses agentes para fraudar licitações e garantir contratos em troca de propinas.
A investigação também destaca o envolvimento de lobistas, entre eles a ex-nora do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Carla Ariane Trindade, que teria facilitado acesso privilegiado a órgãos públicos em Brasília. Outro citado é Kalil Bitar, ligado a um dos filhos do presidente, que teria ajudado a fortalecer o lobby da Life em Brasília.
A Prefeitura de Hortolândia afirmou que segue procedimentos legais rigorosos para licitações e está disponível para cooperar com as investigações. A defesa do vice-prefeito Cafu César informa estar analisando os autos e pretende tomar as medidas necessárias para a reversão da prisão.

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