As redes do Ministério da Fazenda e do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) podem ter sido utilizadas por Márcio de Araújo Benedito, chefe de projetos e tecnologias educacionais da Serpro e filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT) para disseminar acusações contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG) sobre uso e tráfico de drogas durante o período de eleições presidenciais de 2014.
As acusações foram entregues pelo Twitter – rede social na qual Benedito fez as acusações ao senador – ao judiciário de São Paulo após Neves ter entrado com um processo pedindo “quebra de sigilo” dos perfis responsáveis por disseminar as informações. A conta do petista é uma das 55 que foram alvo de ofensiva judicial do político tucano.
O juiz responsável pelo caso, Helmer Augusto Toqueton Amaral, justificou a quebra de sigilo por “concluir que os perfis produziram conteúdos que vincularam Aécio ao tráfico e ao consumo de drogas, o que daria ao tucano o direito de identificar os detratores”.
A investigação ainda apurou que Benedito teria usado equipamentos da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa, instituição ligada aos Ministérios da Educação e da Ciência e Tecnologia. O petista teria acessado a rede dos órgãos por mais de três meses e em três estados diferentes: Brasília, Mato Grosso do Sul e Rio de Janeiro.
À Folha de S.Paulo, o chefe da Serpro negou ter divulgado informações sobre Aécio Neves usar e traficar drogas. “Meus comentários se restringiram a emitir opinião sobre as administrações de Minas, fazendo uso de minha liberdade de expressão e pensamento”, disse.
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