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Grupo da USP cria máquina que usa a luz para evitar infecções hospitalares

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Equipamento foi patenteado pela universidade e está disponível no mercado. Aparelho age sobre fungos, bactérias e vírus e será utilizado em São Carlos.

Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) em São Carlos (SP) desenvolveram um equipamento que usa a luz ultravioleta para esterilizar ambientes contaminados. A máquina, patenteada pela instituição e disponível no mercado, age sobre fungos, bactérias e vírus e pode ajudar no combate às infecções hospitalares.

“Se você passar 30 segundos esse equipamento na superfície, em qualquer tipo de superfície, você consegue uma redução de 6 milhões de bactérias, uma alta eficiência de esterilização”, explicou a pesquisadora Priscila Menezes.

Segundo o grupo que desenvolveu a tecnologia, além de eficiente, a peça tem outras vantagens sobre os produtos usados atualmente na limpeza de instrumentos, bancadas e cadeiras de clínicas e hospitais.

“Os germicidas normalmente podem causar reação alérgica e vão deixar resíduos. A luz não, ela não vai deixar resíduo nenhum e também não vai causar reação alérgica na pessoa que estiver manipulando”, afirmou a cientista Ana Paula da Silva.

Ela também pode ser usada para deixar a casa mais limpa, mas é preciso cuidado. “Essa é uma lâmpada ultravioleta, portanto ela nunca deve ser usada expondo as pessoas, passando na pele ou passando nos animais. Tem que usar rigorosamente dentro dos critérios e com a proteção adequada”, alertou Vanderlei Bagnato, coordenador da pesquisa.

Aplicações
O equipamento foi testado no Instituto do Coração, em São Paulo, e deve ser usado também na Santa Casa de São Carlos. Hoje, o hospital conta com uma equipe encarregada de limpar e desinfetar desde instrumentos até o centro cirúrgico e os quartos, mas mesmo com os cuidados há riscos.

“Dentro do hospital, com doenças, doenças graves, e pacientes internados muito tempo, que, às vezes, precisam de aparelhos como o respirador, que ajuda a pessoa a respirar enquanto o pulmão não está funcionando direito, quando a gente precisa pegar uma veia central para medicamentos de urgência, tudo isso acaba gerando facilidades para a pessoa adquirir bactérias e as bactérias no hospital acabam sendo mais resistentes”, explicou a infectologista Ana Lúcia Soares.

Além dos custos operacionais, a infecção hospitalar também aumenta os gastos com o paciente, que precisa de um tempo maior de internação para se recuperar e pode acabar carregando as consequências do problema, como no caso do aposentado Jovelino Lima de Oliveira.

Ele quebrou o fêmur e o joelho em um acidente de carro e, quando voltou ao hospital para colocar uma nova prótese, contraiu uma infecção hospitalar. “O acidente foi em 68. Depois de 37, 38 anos, começou a dar problema na rótula de novo, dor no joelho inteiro. Fiz uma operação para colocar a prótese e peguei infecção hospitalar”, contou.

“Eu não posso fazer nada. Não posso carregar um peso, não posso andar, posso andar assim, com andador, de 50 a 60 metros, mais do que isso não dá porque não suporto a dor”, reclamou o aposentado.

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