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Economia

Não vai mudar nada no ajuste fiscal, diz Mansueto sobre saída do governo

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Mansueto Almeida: secretário do Tesouro garantiu que o ajuste fiscal continuará sendo feito no país (Wilson Dias/Agência Brasil)

Mansueto Almeida, que está de saída do cargo de secretário do Tesouro Nacional, buscou passar uma mensagem tranquilizadora, ao afirmar, nesta segunda-feira (15), que o ajuste fiscal pelo qual o Brasil passa não está em perigo, mesmo com sua decisão de deixar o governo.

“Sair foi uma decisão difícil. Eu já vinha pensando em deixar o governo. Estou no ministério há quatro anos e queria fazer isso da forma mais tranquila possível. Vou ficar aqui até o fim de julho, e não vai mudar nada no ajuste fiscal, que vai depender da direção do presidente, com seu Ministério da Economia e com o Congresso Nacional. Então não vai mudar nada no teto de gastos”, declarou o ainda secretário em entrevista à Globo News.

Após a decisão de deixar o governo ter se tornado pública durante o fim de semana, uma das causas apontadas para a saída de Mansueto era a insatisfação com a explosão do gasto público durante a pandemia e também a partir da aproximação do governo com o Centrão, o que poderia prejudicar o ajuste fiscal, colocado em prática durante a gestão de Paulo Guedes no Ministério da Economia

Mansueto, contudo, disse que esse esse não foi o motivo de sua saída.

Minha decisão não passou por isso. Ajuste fiscal em qualquer lugar do mundo depende tanto do presidente quanto do Congresso Nacional. Se não quisermos cortar despesa, precisamos fazer um ajuste mais forte, com aumento da carga tributária, e ninguém quer isso”, disse.

“A garantia de que o ajuste vai acontecer é basicamente a Constituição. Então, para o governo não cumprir o teto de gasto em 2021, teria que mudar a Constituição. Se o governo não fizer mudança alguma, está garantido o cumprimento do teto de gastos, essa âncora fiscal que nos levou ao juros tão baixo. O que precisa discutir nos próximos anos é como aprofundar o ajuste fiscal. Que não vai terminar neste governo”, acrescentou.

Por fim, o secretário reconheceu que o país terá um aumento em sua dívida pública neste ano, em decorrência da pandemia, mas se disse otimista em controlá-la.

“De fato, o Brasil vai sair deste ano com a uma dívida muito maior, de cerca de 94% do PIB. Como resolver isso? Primeiro, fazendo as reformas necessárias, a administrativa, a tributária. Com a economia melhorando, o PIB vai aumentar, e a proporção com a divida vai melhorar. E dá para conciliar com uma melhoraria em gasto social, como expandir o Bolsa Família, que é um programa muito bom e muito barato. Então, tem espaço, sim, para aumentar o gasto social e aprofundar o ajuste”, avaliou.

Sobre o próximo secretário, Mansueto afirmou que espera que seja alguém que continue o diálogo com o Congresso Nacional, para conseguir a aprovação das reformas necessárias e mantenha o ajuste.

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