Líderes democratas apoiaram, neste domingo (30), o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, após seu fraco desempenho no debate da semana passada, enquanto a Casa Branca negou relatos de que ele estava se reunindo com sua família para avaliar sua candidatura.
Nenhuma figura importante do partido se uniu para pedir a renúncia de Biden, e democratas proeminentes, incluindo os ex-presidentes Barack Obama e Bill Clinton, expressaram seu total apoio em meio a uma enxurrada de dúvidas públicas e até mesmo um apelo do conselho editorial do New York Times para que ele se afastasse.
A onda de apoio partidário ocorre após o desempenho instável de Biden, de 81 anos, no debate de quinta-feira contra o candidato republicano Donald Trump, no qual Biden muitas vezes vacilou, tropeçou nas palavras e perdeu a linha de raciocínio, levantando preocupações relacionadas à sua idade.
“Não se trata de desempenho em termos de um debate, mas de desempenho em uma presidência”, disse a deputada democrata Nancy Pelosi, ex-presidente da Câmara, ao programa “State of the Union” da CNN no domingo.
“De um lado da tela, você tem integridade; do outro lado, você tem desonestidade”, disse ela, fazendo eco a várias figuras do partido que tentam mudar o foco do que eles entendem como o desempenho infeliz de Biden para uma enxurrada de mentiras contadas por Trump durante o debate.
De acordo com uma pesquisa da CBS News realizada nos dois dias após o debate, quase 75% dos eleitores registrados acreditam que Biden não deve concorrer à presidência, incluindo 46% dos democratas.
Biden e sua família viajaram para a residência presidencial em Camp David na noite de sábado, onde a NBC News informou que se esperava que ele avaliasse o futuro de sua campanha de reeleição.
No entanto, o vice-secretário de imprensa adjunto da Casa Branca, Andrew Bates, postou no X que a viagem havia sido planejada desde antes do debate, contestando a publicação e afirmando que não foram solicitados comentários sobre o assunto.
O “único” que pode derrotar Trump
Enquanto isso, a campanha de Biden informou que arrecadou US$ 33 milhões (quase 185 milhões de reais) desde o debate, incluindo US$ 26 milhões (146 milhões de reais) de doadores de base.
Biden “absolutamente” não deve desistir da corrida, opinou o senador da Geórgia Raphael Warnock no programa “Meet the Press” da NBC no domingo.
“Nosso trabalho é garantir que ele ultrapasse a linha de chegada em novembro. Não para o bem dele, mas para o bem do país.”
Na sexta-feira, Biden tentou reprimir os comentários negativos com um discurso de campanha inflamado na Carolina do Norte, no qual prometeu continuar lutando.
Ele apareceu ao lado de sua esposa, a primeira-dama Jill Biden, que defendeu ferozmente seu marido em meio a pedidos de renúncia.
“Naquele palco de campanha na Carolina do Norte, eu vi um Joe Biden enérgico, engajado e capaz”, disse o senador democrata Chris Coons, do estado natal de Biden, Delaware, no programa “This Week” da ABC, no domingo.
“Acho que ele teve um desempenho fraco no debate”, admitiu Coons, mas acrescentou que Trump, no entanto, teve um “desempenho horrível em que, sim, ele falou claramente, mas o que ele disse foi mentira atrás de mentira atrás de mentira”. Biden é “o único democrata que pode derrotar Donald Trump”, acrescentou.
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