Economia
Inflação se estabilizou no nível de 3% e deve voltar à meta, diz Ilan
“Parece que inflação se estabilizou no nível de 3% e deve voltar à meta”, disse Ilan, observando que o cenário base é que os preços voltem em direção ao referencial do BC e o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil siga a retomada de forma consistente.
Ilan começou sua apresentação ressaltando que há três fenômenos positivos na economia brasileira: a queda inédita da inflação, a redução dos juros e a recuperação da economia. “A queda da inflação foi inédita, no sentido de ter sido muito rápida”, avaliou.
O presidente do BC ressaltou que os juros chegaram a cair para a casa dos 7% no passado, mas não se sustentaram nesse patamar. “Nosso objetivo é que hoje as taxas se sustentem nesse patamar”, disse ele, fazendo uma analogia com dietas: é sempre mais fácil perder peso em dietas do que mantê-lo por muito tempo. A atual queda dos juros, que aconteceu de forma relativamente rápida, é percebida como sendo “responsável e sustentável”, disse ele.
A ancoragem das expectativas de inflação foi fundamental, ressaltou Ilan em sua apresentação. O dirigente citou entre os contribuintes para a queda da inflação o forte recuo dos preços dos alimentos e a capacidade ociosa da economia, após dois anos de recessão.
Retomada
“A economia brasileira está em processo de recuperação.” Os analistas estão prevendo que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresça cerca de 3% deste ano, ressaltou o presidente do BC. “A recuperação da atividade tem sido melhor que o esperado”, destacou Ilan. O dirigente observou que a economia já está rodando com um crescimento de 2% a 2,5%.
O cenário internacional segue benigno, disse ele, o que é positivo para o Brasil. “Temos basicamente o mundo todo crescendo, desde o Japão, a Europa e os Estados Unidos”, disse Ilan, destacando que a economia global está se expandindo na casa dos 3,7% e já não se fala mais em pouso forçado na China e o debate sobre “estagnação secular” perdeu espaço. A perspectiva é que os EUA sigam crescendo em ritmo importante, o mesmo acontecendo com outros países.
O cenário global está favorável, mas não vai durar para sempre, alertou o presidente do BC. O ambiente de juros baixos nos países desenvolvidos deve se normalizar e pode ser que a tomada de risco de papéis de países emergentes pare em algum momento. “Temos que estar preparados para que, se ocorrer, tenhamos nossa capacidade de resistir”, disse ele, destacando que o Brasil tem bons indicadores externos e elevadas reservas internacionais.
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