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Inchaço no serviço público

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Um carro com aparência luxuosa, mas com motor ineficiente. Essa é a analogia perfeita para a atual situação do cenário político brasiliense. Com 36 pastas, o Distrito Federal é recordista no número de secretarias. Contudo, a quantidade elevada passa longe de cumprir as funções básicas propostas. Pelo contrário, o que se vê são investimentos exorbitantes e um verdadeiro inchaço no serviço público.

As cifras são espantosas. Para criar uma secretaria de pequeno porte, por exemplo, são retirados quase R$ 60 milhões dos cofres públicos. Mantê-la sai ainda mais caro. Exemplo disso é a Secretaria de Educação, que em 2012 recebeu aproximadamente R$ 3,3 bilhões do governo, seguida pelas secretarias de Saúde e de Cultura, que desembolsaram R$ 2,6 bilhões e R$ 177,7 milhões, respectivamente.

Mesmo diante dos expressivos custos e da notória ineficiência das secretarias existentes, a criação parece cada vez mais desordenada. Prova disso é que somente no governo atual foram instituídas 11 secretarias. Para especialistas, a elevada quantidade está diretamente atrelada a interesses políticos. Ou seja, elas são usadas para atender a solicitação de partidos aliados e tentar garantir um alto índice de apoio para as próximas eleições. Com isso, forma-se um aglomerado de pastas com funções parecidas e incapazes de atender as demandas da população.

Para o cientista político Evandro Rodrigues Costa, o cenário que figura o inchaço das secretarias vem crescendo ao longo dos anos e se tornando preocupante. “Os últimos governos vêm repetindo a mesma história. Na maioria das vezes, esse aumento é fruto do compromisso assumido pelos governantes antes das eleições. São promessas de acomodar aliados e já garantir apoio para as próximas eleições”, disse.

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