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93% dos brasilienses dizem não a aumento de impostos

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Jovens são os que mais discordam em uma situação que independe de classe social. Nas ruas, a decepção vai para a gestão Rodrigo Rollemberg

A população do Distrito Federal está insatisfeita com as propostas de aumento de impostos do Governo de Brasília. A mais recente pesquisa do Instituto Exata de Opinião Pública (Exata OP) em parceria com o Jornal de Brasília mostra que 92,8% dos brasilienses não concordam com as políticas de reajustes. Jovens são os que mais discordam em uma situação que independe de classe social. Nas ruas, a decepção vai para a gestão Rodrigo Rollemberg.

“Só sabem aumentar imposto”, critica a dona de casa Célia Nunes, de 44 anos. Moradora de Santa Maria, ela reclama que “tudo aumenta de valor, menos o salário do trabalhador”. Por isso, diz não concordar com as tentativas de Rollemberg para crescer a arrecadação.

“Estão querendo que a gente pague por um erro que eles mesmos cometeram, não acho certo isso. Além disso, não tem benefício algum. O transporte está horrível, os hospitais, nem se fala. Esse governo está perdido, igual ao Agnelo”, garante.

Maioria

A opinião de Célia representa a maior parte da população da capital, que, de acordo com o Exata OP, está aborrecida com os rumos da economia do DF que resultam em consequências diretas ao bolso do contribuinte. Somente 5,2% dos entrevistados afirmaram concordar com as tentativas de aumento de tributos encaminhados à Câmara Legislativa.

A   maioria, representada por 92,8% dos ouvidos no último dia 3, têm avaliação contrária. Estes consideram errada a atitude do Governo de Brasília em tentar reajustar os tributos pagos pela população brasiliense. Dois por cento dos entrevistados não souberam responder.

“Para resolver o problema, tinha que cortar os gastos do GDF e parar de gastar mal, porque é o que está acontecendo. Não se faz nada e aumenta tudo. Estamos pagando tudo para eles e de forma alguma vejo voltar como benefícios”, considera o autônomo Marcelo Carneiro, de 30 anos.

“Tudo está errado”

A diarista Maria José, 54 anos, reclama: “Parece que nem trocou de governo”. Moradora de Planaltina, ela acha que “tudo está errado” e critica os aumentos de impostos, taxas e tarifas enquanto o emprego diminui. No segundo trimestre do ano, o desemprego no DF marcou 9%, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Não depende de classe social
 
Entre ricos e pobres, a insatisfação beira os 100%. Na pesquisa do Instituto Exata OP , a percentagem média de desaprovação pelo aspecto da classe social aspecto é de 91,4%. Os que mais concordam com os reajustes são os da Classe A, representando 9% dos entrevistados – 82%, no entanto, dizem ser contra aumentos tarifários.
A maior rejeição fica por conta da faixa B+ da população brasiliense. Entre os entrevistados dessa camada social, 96% desaprovam as investidas do GDF na Câmara Legislativa.
“É complicado colocar nas costas da população o que não se consegue reduzir de gastos”, considera o economista e gestor público José Luiz Pagnussat. Para ele, aumentar impostos não é a melhor alternativa. Isso porque pode acarretar uma ampliação da crise.
“Pagando mais tributos, a população compra menos, a indústria produz menos, menos dinheiro circula. O ideal seria ajustar as contas cortando os gastos do governo para não sobrecarregar o brasiliense”, opina.
Situação dramática
O especialista acrescenta que entende que normalmente ninguém é favorável a aumentos como os propostos, mas pondera: “Todos os estados estão em situação dramática e em cenário de baixo crescimento, existe queda de arrecadação e todo esforço de reajuste não é suficiente”.
Jovens são os que mais discordam
Quando a questão de gênero é observada, há a mesma proporção entre homens e mulheres. Dos dois lados, 93% discordam das tentativas em aumentar a arrecadação crescendo o valor tributários a serem pagos pelos brasilienses. Apenas 5%, de ambos os sexos, pensam exatamente o contrário e concordam com a política.
Se observada a classe social, há variação de até 11 pontos percentuais. Os mais jovens são os que mais discordam com os reajustes de impostos encaminhados pelo Governo de Brasília ao Legislativo. Do primeiro ano com título de eleitor, aos 16, até os 26 anos, todos os ouvidos demonstraram ser contra as manobras.
A maioria dos idosos (96%), acima de 60 anos,   também discorda. Entre os mais velhos, nenhum aprova o aumento de impostos. Aqueles  entre 27 e 37 anos, contudo, são os que menos afirmaram discordância. Ainda assim, 89% dizem não aos aumentos de tributos.

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