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Cameron apresenta hoje ao Parlamento acordo para não sair da UE
“Deixar a Europa ameaçaria a nossa segurança econômica e nacional”, disse o primeiro-ministro. Pesquisas apontam que os britânicos estão divididos em relação ao tema
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, apresentará nesta segunda-feira, no Parlamento, o acordo para que a Grã-Bretanha permaneça na União Europeia (UE), mas depende da vontade de seus próprios colegas conservadores, que agem, muitas vezes, como oposição. O prefeito de Londres, Boris Johnson, colega de Cameron no colégio e na universidade, e um dos políticos mais cotados para suceder o premiê, anunciou neste domingo que apoia o chamado Brexit – neologismo derivado de ‘Britain exit’ (saída britânica).
“Eu farei campanha pela saída da União Europeia”, anunciou Boris Johnson em um discurso em frente a sua casa em Londres, ressaltando, no entanto, que não irá participar de debates televisionados contra seu partido. Segundo o jornal The Times, metade dos 330 deputados conservadores pode votar contra Cameron. Em um artigo publicado nesta segunda-feira pelo The Telegraph, Johnson explica que o referendo “é uma oportunidade única na vida de realizar mudanças reais” nas relações de Londres com seus vizinhos europeus.
Segundo Cameron, a consulta será “uma das decisões mais importantes deste país”, e, defendendo o “sim”, o premiê britânico ressaltou que as concessões obtidas por ele dos líderes europeus na sexta-feira darão ao país “o melhor dos dois mundos”. “Deixar a Europa ameaçaria a nossa segurança econômica e nacional”, sustentou o líder conservador. O anúncio da data marcou o início de uma campanha que promete ser muito acirrada. De acordo com pesquisas, a metade dos britânicos deseja continuar na UE e a outra metade abandoná-la.
O referendo para decidir o futuro da Grã-Bretanha na UE foi um dos principais temas da campanha eleitoral que reelegeu o Partido Conservador, de Cameron. Uma possível saída da segunda economia do bloco europeu (atrás somente da Alemanha) teria consequências econômicas e políticas imprevisíveis, com o risco da ação incentivar outros países a também deixar a UE. Em comunicado ao mercado, a agência Moody’s informou que os custos para deixar a UE superariam os benefícios.
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