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Obra “Sonhar Brasília” é lançada no Dia Mundial da Língua Portuguesa

Publicado

em

/Cultura RJ

O lançamento hoje (5) no Brasil da publicação infantojuvenil Sonhar Brasília, dedicada à capital do país, marca as comemorações do Dia Mundial da Língua Portuguesa, que ocorre nesta quarta-feira (5). O lançamento será feito durante evento online, às 15h, promovido pela Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), o Instituto Camões, o governo do Distrito Federal e embaixadas. O evento pode ser acompanhado no canal YouTube Unesco/Português, com retransmissão direta pelo portal da CPLP.

O Dia Mundial da Língua Portuguesa foi estabelecido pela Unesco em novembro de 2019 e comemorado pela primeira vez no ano passado.

O livro Sonhar Brasília reúne oito textos inéditos e ilustrados, selecionados pelas sete embaixadas dos países da CPLP com representação diplomática no Brasil – Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal e Timor-Leste, em colaboração com o Secretariado Executivo da CPLP, o governo do Distrito Federal, a Unesco no Brasil e o Centro Cultural Português (Camões).

Os textos escolhidos são dos autores João de Melo (Angola), Conceição Freitas (Brasil), Vera Duarte (Cabo Verde), Jorge Luís Mendes (Guiné-Bissau), Bienvenido Ebang Otogo Obono (Guiné Equatorial), Mia Couto (Moçambique), José Luís Peixoto (Portugal) e Tino Freitas (Brasil/Timor-Leste), com ilustrações de Nelo Tumbula (Angola), Toninho Euzébio (Brasil), Davide Luís Mendes (Guiné Bissau), Daniel Esteves Moreira (Portugal) e Mariano da Cruz Santa (Timor-Leste).

Participam da sessão de lançamento da publicação conjunta a diretora e representante da Unesco no Brasil, Marlova Noleto; o secretário executivo da CPLP, embaixador Francisco Ribeiro Telles; o embaixador de Cabo Verde no Brasil, José Pedro Máximo Chantre D’Oliveira; e a chefe do Escritório de Assuntos Internacionais do Governo do Distrito Federal, Renata Zuquim.

Museu

Também no Brasil, o Museu da Língua Portuguesa, instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, terá atrações ao longo de toda a semana para marcar a data. Serão cinco dias de atividades gratuitas, iniciadas no último dia 3 e que se estenderão até o próximo dia 7, incluindo transmissões ao vivo e exibição de vídeos.

A programação inclui visita presencial à exposição temporária Língua Solta, para um público total de 160 pessoas, em grupos de dez de cada vez, com acesso mediante emissão antecipada de ingressos pela internet, informou a Secretaria de Cultura.

Descobrindo o mundo

Para o presidente da Academia Brasileira de Letras (ABL), professor Marco Lucchesi, a língua portuguesa “é a nossa forma de descobrir o mundo e de estar no mundo. Processo de descoberta e de pertencimento desse mundo. É um instrumento de sentir o que nós fomos, coletivamente, construindo. Uma língua que começou como língua de fronteira aberta, porosa, luminosa, de muito futuro, porque tem a palavra saudade e essa palavra não é, por assim dizer, um privilégio único de um sentimento da língua portuguesa, mas sim a palavra é também uma saudade do futuro”.

Segundo Lucchesi, isso foi sendo construído pela língua portuguesa, que é longa, profunda, cheia de camadas “e se tornou hoje de complexa geopolítica, uma língua da paz”. Acrescentou que um idioma que deu tantos poetas e escritores em todos os continentes é também fator de grande relevância “mas, sobretudo, porque é uma língua que é hoje instrumento de promoção de paz”.

Em transmissão hoje (5) pela internet, Lucchesi vai abordar o tema Novas Palavras, trazendo a percepção de palavras novas ou que entram de forma diferenciada na língua. A ABL vai destacar, semanalmente, palavras que foram repetidas em vários ângulos pela mídia e pela população.

O presidente da ABL acrescentou que o Dia Mundial da Língua Portuguesa é motivo de festa, de comemoração. Lembrou que a instituição adotou como estratégia o estabelecimento de acordo com a Marinha, para distribuição de livros dos acadêmicos aos países de língua portuguesa. Outro acordo inédito foi firmado pela ABL com as academias de Letras dos países lusófonos no ano passado.

Expressando cultura

Na opinião da professora adjunta do Departamento de Letras Neolatinas do Instituto de Letras da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Maria Aparecida Cardoso Santos, a data é importante para celebrar o idioma. “É preciso que as pessoas tenham apreço, porque a língua é o modo de expressão, a cultura, representa tudo, a identidade de um povo”.

Ela ressaltou a necessidade de os jovens, especialmente, aprenderem a amar a língua, “a verificar a riqueza da língua”. Aprender línguas estrangeiras é muito positivo e importante, porque amplia as possibilidades de comunicação, mas conhecer a nossa língua é fundamental. “Porque é por meio da própria língua que a gente acessa a nossa história, nossa cultura, nossa identidade”.

A professora lembrou que a língua falada no Brasil veio com os colonizadores portugueses e foi se transformando ao longo do tempo. “Hoje é outra língua, que se assemelha e distancia da europeia”. A professora completou que a língua portuguesa tem uma riqueza muito grande. Então, quanto mais a gente a conhece, mais consegue compreender. E quando digo conhecer, falo em todos os sentidos. Não é só o estudo da gramática, mas é o estudo do texto, é saber ler e interpretar o que se lê, é saber escrever o que se pretende para comunicar exatamente o que se deseja. É uma série de coisas que perpassam, naturalmente, o conhecimento da língua”.

Evento lusófono

A programação do Dia Mundial da Língua Portuguesa 2021 foi divulgada em Nova York. Um evento com todos os países lusófonos foi organizado por Cabo Verde, que ocupa a presidência rotativa da CPLP. A data será comemorada em pelo menos 44 países, envolvendo mais de 150 atividades para festejar o idioma, falado por um contingente de 285 milhões de pessoas.

De acordo com informação do Instituto da Cooperação e da Língua (Camões) de Lisboa, o português é falado em Angola, no Brasil, em Cabo Verde, na Guiné-Bissau, em Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e no Timor-Leste. O idioma é língua oficial na Guiné-Equatorial e em Macau, na China. O português é falado também em comunidades no exterior, as chamadas “diásporas”. Segundo o Instituto Internacional de Língua Portuguesa (Iilp), com sede em Cabo Verde, existem pelo menos 7 milhões de pessoas que falam o português nas diásporas.

Este ano, estão previstos conferências, concertos, concursos literários e de poesia e eventos acadêmicos, em sua maioria virtuais, para comemorar a data, em função da pandemia de covid-19.

Futuro do português

Nas Nações Unidas, participam do Dia Mundial da Língua Portuguesa alunos da Escola da ONU que estudam português como língua estrangeira, como parte de um projeto piloto de ensino com docentes do Brasil e de Portugal. A subsecretária-geral do Departamento de Comunicação Global da ONU, Melissa Fleming, falará no evento sobre a importância e o futuro do idioma.

Como aconteceu no ano passado, o canal da ONU (ONU News) transmitirá os eventos ao vivo em sua página. Mais informações no site https://en.unesco.org/commemorations/portuguese-language-da.y

Em mensagem, o secretário-geral da ONU, o português António Guterres, disse que o Dia Mundial da Língua Portuguesa 2021 é um justo reconhecimento da relevância global do idioma. “Tenho certeza de que seu futuro continuará a ser enriquecido pela diversidade e solidariedade de todas as suas vozes”.

/Agência Brasil

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