Queda forte no petróleo após Opep prever equilíbrio até 2026

Os contratos futuros do petróleo encerraram a sessão desta quarta-feira, 12, com uma redução de aproximadamente 4%, encerrando uma sequência de três dias consecutivos de aumento. Essa queda foi motivada por receios relacionados ao crescimento da oferta global, após a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) indicar um equilíbrio entre a oferta e a demanda para 2026 — uma mudança relevante em comparação às previsões anteriores de déficit.

O petróleo WTI para dezembro, negociado na New York Mercantile Exchange (Nymex), finalizou com baixa de 4,37% (US$ 2,66), alcançando US$ 58,38 por barril. Já o Brent para janeiro, negociado na Intercontinental Exchange de Londres (ICE), recuou 3,76% (US$ 2,45), fechando a US$ 62,71 o barril.

A Opep manteve inalteradas suas estimativas para a demanda de petróleo em 2025 e 2026, mas aumentou as projeções para a produção dos países fora do grupo Opep+ neste ano. O Departamento de Energia dos Estados Unidos (DoE), por sua vez, manteve a previsão para o preço médio do barril Brent em 2025 em US$ 69, e elevou a projeção para 2026 de US$ 52 para US$ 55.

Giovanni Staunovo, analista do UBS, destacou que “devido a uma leve diminuição na demanda global por petróleo e ao aumento da produção dos países não pertencentes à Opep+ no terceiro trimestre, a Opep agora espera um excedente para esse período, embora seja menor em comparação às previsões da EIA e da AIE”.

A Agência Internacional de Energia (AIE) observou que a demanda mundial por petróleo e gás pode continuar crescendo até 2050, levando em conta as políticas energéticas vigentes.

Apesar das pressões provenientes do aumento da oferta, especialistas indicam fatores que podem ajudar a manter os preços em alta no curto prazo. Segundo Tony Sycamore, analista da IG Market, a reabertura do governo dos Estados Unidos pode aumentar a confiança dos consumidores e estimular a economia, elevando assim a demanda por petróleo bruto.