O aumento da violência no Rio de Janeiro levou o comércio varejista a gastar R$ 450 milhões com segurança, de janeiro a março deste ano, um crescimento de 20% em relação ao primeiro trimestre do ano passado.
Os dados são do Centro de Estudos do Clube dos Diretores Lojistas do Rio (CDLRio), que divulgou hoje (22) a pesquisa Gastos com Segurança em estabelecimentos comerciais. Segundo o levantamento, o aumento dos investimentos se deu com a contração de vigilantes e seguro, e a compra equipamentos eletrônicos, grades, blindagens de portas e reforço de vitrines.
Feita junto a 500 lojistas, a pesquisa mostra que 120 dos entrevistados já tiveram seus estabelecimentos assaltados, furtados ou roubados, representando um aumento de cerca de 15% em relação aos primeiros três meses do ano passado.
O comércio varejista gastou R$ 280 milhões em segurança privada e vigilantes; R$ 150 milhões em equipamentos de vigilância eletrônica e R$ 20 milhões com gradeamento, blindagens, reforços de portas e de vitrines e com seguros.
Na avaliação do presidente do Clube dos Diretores Lojistas, Aldo Gonçalves, os gastos com segurança parecem mais um tributo pago pelos lojistas “já massacrados pelo peso da burocracia e da alta carga tributária”.
“A violência urbana na cidade do Rio de Janeiro vem prejudicando bastante o comércio já afetado pelo quadro econômico do país e, em especial, pela crise do Estado do Rio, que tem influído profundamente no comportamento do consumidor que, por um lado, fica com medo de sair de casa e, por outro, reduz seus gastos.”
Para Gonçalves, “não é sem razão que mais de 9.100 estabelecimentos comerciais fecharam suas portas na cidade, entre janeiro e dezembro de 2017. O número é 31,7% maior do que em igual período de 2016. Em todo o estado, foram fechados mais de 21 mil estabelecimento, um crescimento de 26,5% em relação a igual período de 2016”.
Além de lamentar o aumento da violência e dos gastos com segurança, o presidente da CDLRio, afirmou que os R$ 450 milhões gastos com segurança poderiam ser investidos na ampliação dos negócios, como na abertura de novas lojas, reformas e treinamento de pessoal, gerando mais emprego e renda para o setor e para o estado com arrecadação.
“Esperamos que a intervenção federal na segurança pública no Rio de Janeiro traga de volta a paz ao nosso estado”, disse Aldo Gonçalves.
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