Braga Netto chama Cid de mentiroso durante acareação

O general Braga Netto acusou o tenente-coronel Mauro Cid de ser mentiroso durante uma acareação na ação penal que investiga uma tentativa de golpe de Estado supostamente liderada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.

De acordo com o advogado José Luis Oliveira Lima, que representa Braga Netto, o general afirmou por duas vezes que Mauro Cid não retrucou as acusações quando teve oportunidade e permaneceu com a cabeça baixa durante o procedimento.

Os dois réus, ambos militares do Exército, estiveram frente a frente por mais de uma hora e meia sob a supervisão do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no Supremo Tribunal Federal. A acareação foi solicitada pela defesa de Braga Netto, que nega as declarações feitas por Cid, seu ex-ajudante de ordens, que é delator na investigação.

Durante a audiência, realizada em sessão fechada, estiveram presentes o ministro, os acusados com seus advogados e o procurador-geral da República, Paulo Gonet, autor da denúncia. A gravação não será divulgada, conforme decisão do ministro Alexandre de Moraes, decisão esta criticada pela defesa de Braga Netto que reivindicava o direito à transparência do procedimento.

Dois pontos da delação de Mauro Cid são contestados pela defesa de Braga Netto: a entrega de R$ 100 mil em uma sacola para financiar o golpe e a discussão de um plano chamado Punhal Verde e Amarelo, que envolveria monitoramento e ameaças a autoridades, durante uma reunião na residência do general, o qual nega as acusações.

Braga Netto está preso desde dezembro do ano anterior, acusado de tentar prejudicar a investigação e obter informações das delações.

Logo após, houve uma segunda acareação entre Anderson Torres, ex-ministro da Justiça, e o ex-comandante do Exército, general Freire Gomes. Esta segunda acareação foi solicitada pela defesa de Torres para esclarecer pontos importantes do depoimento de Freire Gomes, que é testemunha no processo. A acareação segue em andamento.