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Economia

Após varejo acima do esperado, serviços e IPCA mostram força da retomada

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Cafés reabrem em Paris: os salões internos dos cafés e dos restaurantes continuarão fechados (Christian Hartmann/Reuters)

Após o que parece ter se desenhado até agora como o pior momento do novo coronavírus, entre abril e maio, o IBGE divulga nesta sexta-feira, 10, dois indicadores que podem dar pistas sobre a retomada da economia no Brasil. Logo pela manhã, às 9 horas, serão divulgados o desempenho do setor de serviços e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Os números devem ser determinantes para o desempenho do Ibovespa nesta sexta-feira. Ontem, o índice bateu a marca dos 100.000 pontos, mas recuou ao longo do dia. Uma mostra mais consistente da recuperação econômica pode fazer o índice romper de vez a “barreira psicológica”.

A Pesquisa Mensal de Serviços diz respeito ao mês de maio. A expectativa é que o setor mostre recuperação em relação a abril, quando, impactado pela política de distanciamento social, teve perda mensal histórica de 11,7%.

Um dos questionamentos é se o desempenho dos serviços virá em linha com os resultados positivos divulgados por varejo e indústria também para o mês de maio, que trouxeram otimismo aos mercados e impactaram nas altas do Ibovespa na quarta-feira. O varejo cresceu 13,9% em maio na comparação mensal, acima dos cerca de 6% esperados. Já a produção industrial avançou no mês 7%, apesar de ainda estar longe de reverter a queda de 26,3% acumulada nos meses de março e abril.

Já os dados do ICPA mostrarão a inflação acumulada de junho. Em maio, o índice ficou em -0,38%. À Reuters, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que os números da inflação e o impacto da atividade econômica no índice será determinante para decidir sobre outro corte na taxa básica de juros, hoje em sua mínima histórica. A próxima reunião de definição da política de juros será nos dias 4 e 5 de agosto.

Apesar de ter sido beneficiado pela reabertura do comércio não essencial pelo país, o que inclui bares e restaurantes, o setor de serviços  ainda tem alguns segmentos muito frágeis. O setor como um todo foi um dos maiores prejudicados pela crise, que forçou a interrupção abrupta de atividades que dependem do contato físico, como transportes, salões de beleza, turismo e serviços profissionais e administrativos.

Vindos de sua terceira queda consecutiva em abril, quando acumulavam uma retração de 18,7% no ano, os serviços já sofriam com a redução da demanda desde o início do ano, refletindo a já aparente queda de dinamismo da economia antes mesmo de a pandemia começar. O desempenho do setor está intimamente ligado ao da economia e vice-versa, já que representa mais de 70% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.

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