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Abadia decide deixar o governo para disputar eleições
A ex-governadora entregará o cargo que ocupa no GDF na segunda-feira. Rollemberg articula apoio do PSB à candidatura de Alckmin (PSDB) ao Planalto para tê-la como vice na corrida ao Buriti
Titular da Secretaria de Assuntos Estratégicos do Distrito Federal — pasta criada especialmente para abrigá-la —, a ex-governadora Maria de Lourdes Abadia (PSDB) decidiu deixar o alto escalão do governo para disputar as eleições. O desembarque obedece a data-limite estabelecida pela lei eleitoral para a desincompatibilização de cargos, em 7 de abril. A decisão atende a pedidos da Executiva Nacional do partido, ela garante. Dessa forma, a tucana fica à disposição da sigla para concorrer em três cenários distintos: para governadora, vice numa chapa encabeçada por uma legenda aliada, ou deputada federal.
Abadia teve uma conversa preliminar sobre a decisão com o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) anteontem, quando avaliaram o cenário eleitoral. Ela deve encontrá-lo novamente na próxima segunda-feira. “Não pretendia concorrer a um novo mandato, mas sou uma pessoa partidária. Por isso, resolvi atender às indicações de Geraldo Alckmin e de demais integrantes da Nacional”, pontuou.
Embate
Caso decida se candidatar a governadora, hipótese descartada até então, Abadia teria de disputar prévias internas com o deputado federal e presidente regional do PSDB, Izalci Lucas (PSDB). Ele trabalha no projeto pelo Palácio do Buriti desde o ano passado e integra um grupo com mais de uma dezena de partidos, como PSD, PTB, PPS e PRB.
Se optar por esse caminho, haveria mais um capítulo do embate entre as alas do tucanato local lideradas por Abadia e Izalci. Os grupos lutam pelo poder do partido, que não realiza eleições para a escolha da Executiva desde 2011. O último episódio aconteceu no mês passado, quando Alckmin renovou o mandato provisório de Izalci. A intervenção, entretanto, vence em 1º de junho, a um mês das convenções partidárias para a escolha dos candidatos das legendas aos postos majoritários e proporcionais. O alto escalão garantiu a realização de um pleito para escolha democrática da presidência da legenda até lá.
Para Izalci, “passou o tempo” da manifestação de interesse a cargos majoritários no tucanato. Contudo, disse estar “tranquilo” quanto a eventuais prévias. “Se ela quiser disputar internamente a chance de concorrer ao governo, não há dificuldade. Mas este é um momento de unidade. Estou em articulações adiantadas com partidos que fazem a base do PSDB nacionalmente. Ou seja, há outras siglas na discussão”, frisou.
Em último caso, Abadia concorreria ao posto de deputada federal, como em 2014, quando o fez a pedido do senador Aécio Neves (PSDB-SP). À época, ela conquistou 37.776 votos e acabou sem o cargo. A última atuação da tucana com mandato foi entre 2006 e 2007, período em que assumiu o GDF para Joaquim Roriz (sem partido) disputar o Senado.
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