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Casos Marielle e Mossoró fortalecem governo e esvaziam a oposição

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Ante a solução dos crimes, Planalto acredita ter virado o jogo das críticas à segurança pública

Apontada como o grande tema da campanha eleitoral que se avizinha, a segurança pública surge como a principal dificuldade da gestão de Luiz Inácio Lula da Silva, com riscos para o desempenho de seus aliados na disputa às prefeituras. Só que, em menos de duas semanas — e com forte atuação da Polícia Federal —, o governo acredita ter começado a virar esse jogo, ao desvendar o caso do assassinato da vereadora Marielle Franco e ao capturar os dois foragidos da penitenciária federal de Mossoró (RN).
Recém-empossado ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski acumulava desgastes e críticas pela não captura de Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento, o que ocorreu nesta quinta-feira, 50 dias após a fuga da dupla. O caso se arrastava, e a demora provocava incredulidade no retorno dos dois ao cárcere.

Em outra frente, a revelação em pleno domingo, em 24 de março, de quem são os supostos mandantes do assassinato de de Marielle — os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão e o ex-delegado Rivaldo Barbosa — foi um alívio também para o governo, que tinha prometido solucionar o caso, em anúncios públicos de Lula e de Flávio Dino, seu ex-ministro da Justiça. Pouco mais de seis anos após o homicídio da vereadora e do motorista Anderson Gomes, o Executivo crê que a investigação da PF começou a responder à pergunta de quem mandou matar e por quê.

No intervalo desses 11 dias, entre a possível resolução do assassinato da filiada do PSol e a prisão dos fugitivos de Mossoró, Lewandowski fez dois pronunciamentos e concedeu entrevistas para dar essas notícias. Dias que valeram os dois meses e três dias que está à frente da pasta. Na semana da prisão dos irmãos Brazão e do delegado Rivaldo Barbosa, o ministro recebeu em seu gabinete a bancada federal do PSol e deixou escapar que algo estava por vir.

“Neste momento, os trabalhos foram dados como encerrados”, registrou Lewandowski, em 24 de março, sobre o assassinato da vereadora e de seu motorista.

Sobre os 50 dias até recapturar os detentos de Mossoró, o ministro respondeu: “É um prazo que segue os paradigmas internacionais, em um país de dimensões continentais”.

Os petistas exaltaram nas redes o feito do ministério. A presidente do PT, a deputada Gleisi Hoffmann (PR), comemorou: “Parabéns ao Ministério da Justiça e à Polícia Federal, que trabalhou de maneira conjunta com outras forças policiais para recapturar os fugitivos de Mossoró. Mais um importante resultado do trabalho sério que o governo Lula está fazendo no combate às organizações criminosas”.

Bancada da bala

As primeiras fugas de uma penitenciária federal de segurança máxima, em 18 anos, tornaram Lewandowski alvo da bancada da bala no Congresso. Deputados da Comissão de Segurança Pública da Câmara tentam convocar o ministro esclarecer esses fatos. Sete parlamentares desse grupo são autores de requerimentos de convocação do titular da pasta.

“A fuga está sendo avaliada por analistas e políticos como o evento mais grave ocorrido nos presídios de segurança máxima do país e levantando dúvidas sobre a segurança dessas instalações. Diante da gravidade da situação, cabe convocar a presença do ministro, a fim de questioná-lo minuciosamente para esclarecer o caso e as providências tomadas”, justificou o Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP) no pedido para convocar Lewandowski.

Presidente da Comissão de Segurança, Alberto Fraga (PL-DF) sustentou que não se pode responsabilizar Lewandowski pela fuga dos dois condenados, dado o tempo exíguo que estava no cargo. O parlamentar foi um dos poucos a se manifestar, nesta quinta-feira, sobre a captura. “Após 50 dias, a PF (Polícia Federal) e a PRF (Polícia Rodoviária Federal) recapturaram, no Pará, foragidos da penitenciária federal de Mossoró. Mais uma vez, a polícia cumprindo o seu papel, mesmo com a falta de investimento e com o descaso que a segurança pública vive na atual gestão do nosso país”, publicou Fraga nas redes sociais.

Evandro Éboli – Correio Braziliense

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