Centro-Oeste
Inicia ação para evitar contaminação do rio por lixo desabado

Nesta sexta-feira (4/7), a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Goiás (Semad-GO), em parceria com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e a prefeitura de Padre Bernardo (GO), iniciou um procedimento para desviar a água do córrego Santa Bárbara, localizado em uma micro-bacia da região.
Esta medida tem o objetivo de impedir que os resíduos que caíram do Aterro Ouro Verde contaminem a água. Aproximadamente 40 mil toneladas de resíduos, incluindo lixo hospitalar, estavam acumuladas no local.
O isolamento do lixo da água foi uma medida emergencial, pois a grande quantidade de lixo acumulou muita água, correndo o risco de transportar os resíduos para a Usina Hidrelétrica Serra da Mesa. A água desse córrego é usada pelos moradores locais para consumo e para irrigação de plantações.
Detalhes da situação:
Segundo Andréia Vulcanis, secretária da Semad (GO), a principal preocupação é impedir que a área contaminada chegue ao Rio Maranhão.
“Até o momento, o uso da água não foi proibido, mas equipes estão monitorando para avaliar a extensão da contaminação. Porém, a situação piora a cada dia”, afirmou Andréia.
Próximos passos
Com o desvio da água já realizado, o próximo objetivo é remover os resíduos. Contudo, o acesso ao local é difícil para veículos, motivo pelo qual está sendo construída uma estrada até o fim do vale.
Essa obra já está em andamento e faltam cerca de 80 metros para ser concluída. Segundo Andréia Vulcanis, serão necessários quase 3 mil caminhões para transportar o lixo acumulado. Ainda não há previsão de quanto tempo essa operação levará.
“Estamos lidando com metais pesados presentes no solo e no fundo do rio, ocasionando contaminação prolongada. Será preciso avaliar detalhadamente cada dano para entender o tempo necessário para recuperação”, explicou Andréia.
Contexto
Uma grande quantidade de lixo desabou no Aterro Ouro Verde no dia 18 de junho. Testemunhas registraram o momento e a extensão do acidente.
O aterro é alvo de processos judiciais, incluindo uma ação civil pública por dano ambiental movida pelo Ministério Público de Goiás (MPGO) e Ministério Público Federal (MPF). Até então, a empresa responsável operava com autorização provisória do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1).
A empresa foi multada em R$ 37 milhões e teve bloqueados R$ 10 milhões para garantir recursos destinados à contenção dos danos e à reparação ambiental.
O aterro está situado em Padre Bernardo, região próxima ao Distrito Federal, numa Área de Preservação Ambiental (APA) do Rio Descoberto, onde atuava sem a devida licença estadual. Após o desabamento, a água do Rio do Sal e do Córrego Santa Bárbara foi contaminada e seu uso está proibido por tempo indeterminado.
Pelo menos 250 empresas do Distrito Federal haviam depositado lixo nesse aterro nos últimos anos, e agora precisarão destinar seus resíduos para outros locais.
O local ainda possui quatro reservatórios de chorume, com risco de colapso total, o que aumenta a possibilidade de novos desmoronamentos, representando riscos graves à região.

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