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DF considera reduzir nº de ônibus e aumentar preço da tarifa

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Titular da recém-criada Secretaria de Mobilidade, o engenheiro civil Carlos Henrique Tomé é direto: é preciso reequilibrar as contas do Distrito Federal antes de implantar mudanças maiores no sistema de transporte público. O primeiro desafio – e também a primeira meta à frente da pasta – é garantir o repasse às empresas de ônibus, evitando as greves que marcaram o final da gestão de Agnelo Queiroz. O secretário diz ainda considerar aumentar o preço das tarifas cobradas pelo serviço e reduzir o número de linhas em circulação.

A estimativa da equipe que coordenou a transição é de que o rombo nas contas públicas chegue a R$ 3,8 bilhões. A crise financeira e administrativa prejudicou diversos serviços no final de 2014, além de comprometer o pagamento de salários e de horas extras de servidores das áreas de Saúde e Educação e de terceirizados.

Em relação ao transporte público, motoristas e cobradores de ônibus e micro-ônibus cruzaram os braços por falta de pagamento, e as empresas alegaram não ter recebido o repasse do governo local. O impasse só foi solucionado quando o DFTrans acionou o governo federal para conseguir quitar parte dos débitos.

De acordo com Tomé, a prioridade neste primeiro momento é evitar novas greves. Junto com a perda de investimentos federais e internacionais, as paralisações foram apontadas como uma das cem ameaças à governabilidade no início desta gestão.

“Não é possível resolver todos os problemas da noite para o dia, mas é necessário em um primeiro momento garantir que o serviço vá ser prestado sem nenhuma descontinuidade. E, para isso acontecer, é necessário regularizar os repasses e os pagamentos para as operadoras. [Minha primeira atitude será] Conversar muito com o secretário de Fazenda [Leonardo Colombini]. Vai ser meu melhor amigo”, brincou.

O gestor afirmou vai dar início a um estudo para avaliar o tamanho exato da dívida e a melhor forma de saná-la. Além disso, também serão feitas auditorias para verificar e identificar possíveis irregularidades no Passe Livre de deficientes e idosos – como, por exemplo, usuários que não tenham efetivamente direito ao benefício.

Outro levantamento previsto é sobre as possibilidades de redução do custo operacional do serviço. Atualmente, o DF conta com mil linhas de ônibus – quantidade igual à da cidade de São Paulo (SP), que tem uma população cinco vezes maior, e três vezes superior à da região metropolitana de Goiânia (GO), que tem o mesmo número de usuários.

“O modelo implantado em Brasília é um modelo de porta a porta, então nós temos cerca de mil linhas de ônibus, linhas que não são, nunca foram racionalizadas. Não é uma malha racional, então isso faz aumentar o custo”, explica o secretário.

O passo inicial para essa racionalização do sistema, de acordo com Tomé, foi adotado na gestão passada. Com a implantação do modelo que divide o DF em cinco bacias, o serviço passou a ser cobrado pelo contrato e não mais pela quantidade de veículos em circulação.

“Esse é um mérito deles [o novo sistema de transporte público]”, diz. “Antes disso, a delegação era por linha. Interessava às operadoras ter a maior quantidade de ônibus e de linha. Elas eram criadas uma em cima da outra, porque era o que gerava lucro, a quantidade em circulação, e não havia qualquer preocupação com a racionalização.”

O secretário declarou que pretende reiniciar o processo de integração e alterações no Expresso DF, mas respeitando o tempo de adaptação da população. “O grande erro do GDF e dos governos em geral é fazer modificações de uma maneira abrupta, da noite para o dia, sem trabalhar com a população. Precisamos traçar um novo planejamento operacional e ter essa nova condição [da integração] como um ideal a ser atingido.”

“A ideia [das alterações no BRT], em si, não é ruim. A forma é que não foi adequada. A última integração foi comunicada da noite para o dia. A população não sabia o que seria feito, as pessoas foram jogadas para um outro lugar. Lá não tinha abrigo, não tinha calçada, nada. Essa é a receita clássica para o fracasso: impor uma solução para a sociedade porque é a melhor para o sistema. Não é assim. Temos que impor uma solução para o sistema porque ela é a melhor para a sociedade. Se não for assim, não vale a pena”, completou Tomé.

O novo gestor também disse que existe a possibilidade de aumentar o preço cobrado pelos serviços de ônibus na capital do país. A última alteração ocorreu há cinco anos.

Fonte: G1

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